A crescente polarização política em torno da figura de Elon Musk, CEO da Tesla, tem gerado um efeito colateral inesperado: a hostilidade contra proprietários de veículos da marca. Relatos de motoristas que afirmam serem vítimas de xingamentos, gestos obscenos e até mesmo vandalismo contra seus carros têm se tornado cada vez mais frequentes.
Embora a animosidade contra veículos elétricos (VEs) não seja novidade, o fator político adicionou uma nova camada de complexidade ao problema. A resistência à adoção de VEs, que já se manifestava em atitudes como o bloqueio de carregadores (prática conhecida como “ICEing”) e o desligamento não autorizado de carros em recarga, agora parece estar sendo intensificada por divergências ideológicas ligadas à figura de Musk.
A escalada da situação se revela em atos mais agressivos. Há relatos de proprietários de Tesla que tiveram seus carros riscados, pneus furados e até mesmo sofreram abordagens hostis de outros motoristas. Um membro do Cybertruck Owners Club, por exemplo, expressou preocupação em ser vítima de um “crime de ódio” devido à associação com a marca e seu CEO.
Em entrevista ao Business Insider, uma proprietária de Cybertruck relatou estar exausta de ser alvo de gestos obscenos. Segundo ela, “o público em geral pensa que minha caminhonete é uma declaração política”, e por isso acabam descontando sua raiva nela. Ela ainda acrescentou que “é como se dirigir um Cybertruck me tornasse um alvo para as opiniões dos adultos sobre Musk”.
Essa situação tem colocado os proprietários de Tesla em uma posição delicada. Apesar de existirem alternativas para quem não quer dirigir um carro da marca, o vandalismo e as agressões não são justificáveis.
