A Porsche anunciou um plano de redução de sua rede de concessionárias na China em cerca de um terço até o final de 2026. Essa “otimização”, como a empresa a denomina, resultará em uma rede de aproximadamente 100 Centros Porsche no país.
A decisão ocorre em resposta a uma queda consistente nas vendas da marca no mercado chinês. Em 2023, as vendas caíram 15%, totalizando 79.283 veículos. A tendência de queda não apenas persistiu em 2024, como se acelerou, com uma redução de 29% nas vendas nos primeiros nove meses do ano.
A China já foi o mercado principal da fabricante por oito anos consecutivos, representando mais de 30% das vendas globais da marca. Em 2009, a Porsche escolheu Xangai para lançar o sedã Panamera, um desvio estratégico dos tradicionais carros esportivos, visando conquistar o mercado chinês.
Com o Panamera, além dos SUVs Cayenne e Macan, a marca alemã construiu uma forte presença no país. Atualmente, no entanto, as concessionárias Porsche não estão imunes à guerra de preços na China, com relatos de reduções de 30% a 35% nos preços de alguns modelos.
Atualmente, existem 138 Centros Porsche oficiais na China. Segundo Alexander Pollich, presidente e CEO da Porsche China, esse número será reduzido para cerca de 100 até o final de 2026. A estratégia de otimização inclui investimentos em concessionárias em grandes cidades como Xangai e Pequim, com a expansão do conceito *Destination Porsche*, que já cobre 35% da rede (em comparação com 20% em 2022), transformando as concessionárias tradicionais em espaços de experiência de luxo.
A fabricante também está expandindo sua presença no comércio eletrônico. Um novo recurso, “Acompanhe seu sonho”, disponível no aplicativo Porsche e no WeChat Mini Program, permite que os compradores acompanhem em tempo real a produção e entrega de seus veículos.
Parte dos desafios da Porsche na China está relacionada aos avanços das marcas de veículos elétricos (VE). A Porsche tem como objetivo aumentar sua participação de veículos elétricos para 80% até 2030.
O declínio da Porsche na China reflete as mudanças no mercado, com uma crescente demanda por veículos de nova energia (VNEs), como BEVs e PHEVs, e uma preferência por fabricantes chineses em relação aos estrangeiros.
Nos primeiros dez meses de 2024, as vendas de veículos importados caíram 14,3% em comparação com o ano anterior. A situação também afeta as concessionárias, com quase 2.000 fechamentos no primeiro semestre de 2024, número próximo ao total de 2023. Nos últimos quatro anos, 8.000 concessionárias fecharam as portas.