Pony.ai desafia Tesla no mercado de robotaxis e afirma: ‘Ainda não chegou à mesa do nível 4’

As declarações de Lou antecedem o anúncio de Elon Musk sobre o Robotaxi da Tesla. Lou enfatizou que a Tesla ainda não atingiu a "mesa do N4", um termo que ele usa para definir empresas que alcançaram tanto a operação sem motorista quanto a implantação em larga escala de seus veículos autônomos
Pony.ai desafia Tesla no mercado de robotaxis e afirma: ‘Ainda não chegou à mesa do nível 4’
Crédito da imagem: Pony.ai

A Pony.ai, uma das gigantes da direção autônoma, tem apostado firme no desenvolvimento de veículos totalmente autônomos de Nível 4. Recentemente, seu cofundador e CTO, Lou Tiancheng, deixou claro que esse é o caminho que realmente transformará a mobilidade no futuro.

Em uma entrevista antes do lançamento do Robotaxi da Tesla, Lou foi direto: “A Tesla ainda não está na mesa do Nível 4”. Segundo ele, para uma empresa ser considerada parte desse seleto grupo, precisa operar veículos sem motorista e em grande escala — algo que, na sua visão, a Tesla ainda não faz.

Pony.ai desafia Tesla no mercado de robotaxis e afirma: 'Ainda não chegou à mesa do nível 4'
Crédito da imagem: Pony.ai

Lou, que já trabalhou no projeto de direção autônoma do Google (hoje Waymo), afirma que apenas três empresas no mundo cumprem os requisitos do Nível 4: Waymo, Baidu e a própria Pony.ai. Ele explica que esse nível exige muito mais que apenas assistência ao motorista — é autonomia completa, dentro de áreas específicas, sem qualquer intervenção humana.

Ele também relembrou que, entre 2013 e 2014, a Waymo chegou a testar sistemas de Nível 2, mas abandonou a ideia. O motivo? As pessoas confundiam essas tecnologias com carros totalmente autônomos, o que trazia riscos de segurança. Outras empresas, como Apollo Go da Baidu, miram o lançamento de robotáxis na Malásia e Singapura ainda em 2025.

Lou reforça que, quanto mais uma empresa aperfeiçoa os sistemas de Nível 2, mais distante ela fica do Nível 4. Isso porque as bases tecnológicas são completamente diferentes — enquanto o Nível 2 depende do motorista, o Nível 4 dispensa qualquer participação humana na condução.

Sobre a Tesla, Lou reconhece que a empresa é, sim, uma concorrente relevante no desenvolvimento de Robotaxis, mas ainda está longe do padrão exigido. Segundo ele, ter apenas 20 veículos em operação é muito pouco. Para ser levada a sério no Nível 4, seria preciso, no mínimo, uma frota de 100 carros rodando 24 horas por dia, aberta ao público.

Pony.ai desafia Tesla no mercado de robotaxis e afirma: 'Ainda não chegou à mesa do nível 4'
Crédito da imagem: Pony.ai

Ele também comentou que o fato da Tesla iniciar os testes em Austin, no Texas — uma cidade com clima seco e pouco movimento de pedestres — não é coincidência. É uma estratégia comum entre empresas de direção autônoma para validar a tecnologia em cenários mais fáceis antes de enfrentar situações mais desafiadoras.

Lou detalhou ainda que o caminho até a operação real de Nível 4 leva anos, geralmente de seis a sete, passando por um “período invisível”. Nesse tempo, o avanço é grande dentro da empresa, mas quase imperceptível do lado de fora, já que os testes continuam sendo feitos com motoristas de segurança. Em outras notícias, a CATL também entrou no mercado de robotaxis com uma nova joint venture de US$177,5 milhões.

Além da rivalidade com a Tesla, Lou não esconde sua ambição de superar a Waymo, hoje líder no setor. Ele afirma que quer vencer a empresa americana em seu próprio território e vê isso como um dos maiores desafios da Pony.ai nos próximos anos.

Durante a conversa, Lou também abordou temas como a evolução da Inteligência Artificial. Para ele, o desenvolvimento de carros autônomos é uma das primeiras aplicações práticas da chamada Inteligência Artificial Geral (AGI), onde as máquinas superam os humanos em tarefas específicas sem depender de comandos constantes.

Por fim, ele destacou o uso de “modelos mundiais” — sistemas que aprendem em ambientes virtuais, simulando situações para melhorar sua performance. Lou acredita que essa abordagem, mais comum entre empresas de tecnologia como a Pony.ai, acelera os avanços e diminui a dependência de testes no mundo real.

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