A gigante japonesa Nissan anunciou o fim das negociações de fusão com a Honda, encerrando planos que resultariam na terceira maior montadora do mundo, avaliada em US$ 60 bilhões.
A decisão, comunicada pessoalmente pelo CEO da Nissan, Makoto Uchida, ao CEO da Honda, Toshihiro Mibe, durante reunião em Tóquio, põe fim a um memorando de entendimento assinado em dezembro de 2024, que previa a criação de uma joint venture até agosto de 2026.
Segundo relatos da mídia japonesa, como a *Nikkei* e a *Kyodo News*, as conversas foram desfeitas devido a divergências sobre os termos da fusão. A Nissan teria se mostrado resistente à proposta da Honda que a colocaria em uma posição subordinada, tornando-a, na prática, uma subsidiária. Honda avalia assumir controle da Nissan diante de dúvidas sobre plano de recuperação.
Apesar do fim das negociações para uma fusão completa, a possibilidade de colaborações menores entre as empresas não está descartada. Fontes indicam que projetos conjuntos em desenvolvimento de software para veículos elétricos (EVs) e baterias ainda podem ser considerados.
Um porta-voz da Renault, acionista da Nissan, declarou que a empresa defenderá vigorosamente os interesses do Grupo Renault e seus acionistas, gerando especulações sobre o impacto desta decisão na participação da Renault. Tanto a Nissan quanto a Honda mantiveram o cronograma original de anunciar o resultado das discussões até meados de fevereiro.
Nissan á procura de novos parceiros
Com a fusão de US$ 60 bilhões cancelada, a Nissan busca alternativas para se manter competitiva, especialmente após recentes dificuldades financeiras, incluindo cortes de 9.000 empregos e redução de 20% na produção. A empresa estaria aberta a parcerias com empresas de tecnologia, com a Foxconn, fabricante de iPhones, surgindo como forte candidata.
De acordo com a Reuters, a Foxconn manifestou interesse em adquirir a Nissan em dezembro de 2024, mesmo durante as negociações com a Honda. Embora a proposta tenha sido inicialmente rejeitada, a Nissan estaria agora considerando alguma forma de parceria com a gigante taiwanesa de eletrônicos.
A Foxconn, por meio de sua subsidiária de veículos elétricos, Foxtron, liderada por Jun Seki – ex-executivo sênior da Nissan e antigo candidato a CEO da empresa –, já atua no setor de EVs. Uma aliança com a Nissan poderia fornecer o capital necessário à montadora japonesa e impulsionar as ambições da Foxconn no mercado automotivo.