Após o término das negociações de fusão com a Honda, a Nissan anunciou medidas de reestruturação focadas em cortes de custos e na busca por novas parcerias estratégicas. A montadora japonesa planeja economizar ¥400 bilhões (aproximadamente US$2,59 bilhões) até o ano fiscal de 2026, através de demissões e otimização da eficiência operacional.
A necessidade de um plano de recuperação se intensificou após a Nissan reduzir sua projeção de lucro operacional para 2024 de ¥150 bilhões (US$970 milhões) para ¥120 bilhões (US$780 milhões), devido à lentidão nas vendas. Em novembro, a previsão já havia sido revisada para baixo, de ¥500 bilhões (US$3,24 bilhões).
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O plano de economia da Nissan inclui:
- Redução de custos fixos, representando três quartos (US$1,94 bilhão) da economia total.
- Corte de aproximadamente 2.500 postos de trabalho indiretos, com a criação de 1.000 vagas em centros de serviços compartilhados.
- Consolidação de linhas de produção nas fábricas de Smyrna e Canton, nos Estados Unidos, e na Tailândia, resultando na redução de 6.500 funcionários em dois anos.
- Aceleração do tempo de desenvolvimento de novos veículos.
- Otimização das linhas de produtos.
- Simplificação de peças.
- Redução de ineficiências na cadeia de suprimentos, com expectativa de economizar ¥100 bilhões (US$650 milhões).
O CEO da Nissan, Makoto Uchida, reconheceu a importância de parcerias futuras para a sobrevivência da empresa em um mercado global cada vez mais competitivo, especialmente com o crescente poder da indústria automotiva chinesa. “Será difícil sobreviver sem depender de futuras parcerias”, afirmou Uchida à Bloomberg. Como parte de sua estratégia, a Nissan amplia uso de aço de baixo carbono em suas operações no Japão.
A Nissan está conduzindo uma revisão estratégica para explorar ativamente novas parcerias. A Foxconn, gigante taiwanesa da tecnologia, manifestou interesse em cooperar com a Nissan. Young Liu, presidente da Foxconn, declarou que a empresa estaria disposta a investir na montadora, mas que a parceria é a prioridade. Vale lembrar que, recentemente, a Nissan e Honda cancelaram o memorando de entendimento sobre integração de negócios.
“Se a cooperação exigir, consideraremos [a compra de ações da Nissan]”, disse Liu à Reuters. “Mas comprar suas ações não é nosso objetivo; nosso objetivo é a cooperação”, acrescentou, mencionando o interesse da Foxconn em trabalhar com a Renault, a maior acionista da Nissan. Modelos como o Nissan Kicks Play 2025 continuam a ser importantes para a marca, demonstrando seu compromisso com a inovação e as necessidades do mercado.