A fabricante chinesa de veículos elétricos (EVs) Xpeng vê um futuro promissor para as marcas chinesas no Reino Unido. Brian Gu, Co-Presidente da Xpeng, em entrevista à Sky News em 12 de fevereiro de 2025, durante o evento de lançamento da marca em Londres, destacou que a ausência de tarifas de importação, os preços competitivos e um mercado de EVs em expansão colocam as empresas chinesas em uma posição vantajosa.
A Xpeng é a mais recente montadora chinesa a se estabelecer no Reino Unido, oferecendo o SUV médio G6 com preço inicial de £40.000 (US$49.900). O G6 busca rivalizar com o Tesla Model Y, mas com um preço £7.000 menor. Outras marcas chinesas de EVs que entraram no mercado britânico incluem BYD, Leapmotor, Omodo e MG, agora sob a gestão da SAIC.
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“A ausência de tarifas permite que o mercado do Reino Unido receba os melhores produtos de todo o mundo. E certamente não estamos focados em quantidade, mas sim em qualidade”, afirmou Gu.
Em 2024, o Reino Unido se tornou o maior mercado de veículos elétricos da Europa, com 381.870 unidades vendidas, representando 19% do mercado total de automóveis e um aumento de 21,4% em relação a 2023, de acordo com dados da Society of Motor Manufacturers and Traders. A Alemanha, que antes liderava o mercado de EVs na região, registrou uma queda de 27,4% nas vendas, com pouco menos de 381.000 unidades, devido ao fim abrupto dos incentivos fiscais.
“Vemos uma oportunidade muito, muito grande porque o mercado está crescendo de forma muito saudável em comparação com o resto da Europa, e acredito que veremos um crescimento contínuo”, disse Gu. “E percebemos que os clientes do Reino Unido estão abertos a novas tecnologias. Por exemplo, a Tesla é muito bem-sucedida aqui, e nós também queremos trazer as tecnologias mais recentes e inovadoras da China para nossos veículos.”
Gu também minimizou as preocupações com a segurança nacional que frequentemente surgem quando marcas chinesas entram em mercados ocidentais. “Como uma empresa que opera atualmente em mais de 30 países, aderimos às mais rigorosas regras de dados e privacidade em todos os mercados em que atuamos”, enfatizou.
No entanto, sua resposta sobre se a Xpeng poderia resistir a uma demanda por dados do governo chinês foi menos firme: “Bem, no momento, não acredito que haja qualquer demanda por isso. Mas penso que, como empresa, faremos o que for preciso para proteger nossos clientes.”