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Mercedes-Benz defende abertura para montadoras chinesas na Europa

Em um momento de tensão entre a China e a União Europeia, a Mercedes-Benz se posiciona a favor da entrada de montadoras chinesas no mercado europeu

A Mercedes-Benz se posiciona a favor da entrada de montadoras chinesas na União Europeia, em um movimento que busca equilibrar a balança comercial e evitar retaliações ao setor. A iniciativa surge em um momento de tensão entre China e União Europeia, com a imposição de sobretaxas sobre produtos chineses.

Ola Källenius, CEO da Mercedes-Benz e presidente da ACEA (Associação dos Fabricantes de Veículos da Europa), defende que a União Europeia adote uma postura mais aberta à entrada de montadoras chinesas, como forma de evitar uma escalada protecionista e suas consequências negativas.

Mercedes-Benz defende abertura para montadoras chinesas na Europa
Mercedes-Benz na Exposição Automotiva Internacional de Pequim de 2024 em abril. CHINA DAILY Foto: Reprodução

“Ninguém discorda do fato de que condições de concorrência equitativas são um debate legítimo. A questão é qual ferramenta você usa? Não acelere o protecionismo porque… temos muito a perder”, afirmou Källenius.

A preocupação da Mercedes-Benz é justificável: as vendas da marca na China estão em declínio, e o país asiático ainda não adotou medidas equivalentes contra as montadoras europeias. A sobretaxa de até 45% imposta pela União Europeia, em outubro, visa conter o avanço chinês, mas causa temor de retaliação, especialmente entre as marcas alemãs de luxo, que dependem fortemente das exportações para o mercado chinês.

A Alemanha, diante de uma possível recessão, teme que a falta de competição chinesa desestimule ainda mais o mercado interno. Em resposta à taxação europeia, a China já iniciou investigações antidumping e antissubsídios contra produtos europeus, como carne suína, laticínios e conhaque.

Segundo o CEO da Mercedes, a decisão final cabe aos parlamentares europeus em Bruxelas, que podem negociar um acordo com a China, em que a sobretaxa seja substituída por incentivos à produção no continente. Källenius relembrou que, quando as montadoras europeias se estabeleceram na China, foram incentivadas a industrializar-se localmente, e sugere que a mesma abordagem seja utilizada com as empresas chinesas na Europa.

Ele ressaltou em entrevista ao Financial Times: “Quando viemos para a China… os decisores políticos chamaram-nos: industrializem aqui se quiserem conquistar o mercado. Pelo que entendi, os decisores políticos europeus disseram o mesmo em relação aos chineses”.

Källenius enfatiza a importância do diálogo bilateral entre a UE e a China e espera que os legisladores europeus tomem medidas que reaqueçam o mercado europeu, evitando prejudicar a cadeia de suprimentos global, que depende de matérias-primas, chips e componentes avançados chineses.

Josean Santos

Josean Belo dos Santos é estudante de jornalismo e graduado em História pela UFPI. Possui vasta experiência em assuntos relacionados ao trânsito e à mobilidade urbana, atuando como agente de trânsito na cidade de Picos, Piauí, desde 4 de setembro de 2012. Além disso, tem ampla experiência no setor automotivo, iniciada em 2008, e já colaborou com alguns dos principais sites do Brasil.

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