Em uma mudança estratégica significativa, a Mercedes-Benz anunciou o lançamento de quase 40 novos modelos nos próximos dois anos, com mais da metade movidos a combustão interna (ICE). A decisão reflete uma resposta à demanda decrescente por veículos elétricos (EVs) e visa revitalizar os lucros da empresa.
Apesar do investimento contínuo em eletrificação, a Mercedes-Benz reconhece a importância dos veículos a combustão para atender às necessidades do mercado. A montadora planeja reduzir custos em 10% até 2027, sem fechar suas fábricas na Alemanha.
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A Mercedes-Benz planeja lançar 17 modelos elétricos até 2027, mas 19 modelos novos ou profundamente revisados contarão com motores a combustão que permanecerão em linha até a década de 2030. A estratégia busca equilibrar a transição para a eletrificação com a demanda existente por veículos tradicionais.
Uma mudança notável é a menor diferenciação de design entre os modelos ICE e EV, mesmo nos veículos de ponta que utilizam plataformas distintas. A Mercedes-Benz parece ter aprendido com o desempenho de vendas abaixo do esperado do EQS, buscando uma estética mais alinhada entre suas linhas de produtos. Para entender melhor as tendências do mercado automotivo, veja a tabela Fipe Carros com os modelos mais recentes.
Entre os lançamentos previstos para este ano, destaca-se o sedã CLA, que estará disponível em versões elétrica e a combustão com preços similares. O CLA também dará origem a uma família de veículos com diferentes estilos de carroceria, incluindo um SUV e uma station wagon. Modelos GLC e Classe C totalmente elétricos também estão em desenvolvimento, e a Mercedes-Benz confirmou que está trabalhando em um Classe E elétrico para rivalizar com o i5 da BMW.
No lado da combustão, a empresa revelará em breve um facelift do Classe S e garante que motores de quatro a oito cilindros estarão disponíveis em toda a gama Mercedes, equipados para atender aos padrões de emissões Euro 7. O poderoso motor V12 será mantido para seus sedãs flagship.
Os lucros da divisão de carros da Mercedes-Benz caíram 39%, para 8,7 bilhões de euros (US$ 9,1 bilhões), durante um 2024 difícil, e a empresa espera que 2025 seja ainda mais desafiador. A Mercedes-Benz se comprometeu a cortar custos em 10% até 2027 e a reduzi-los ainda mais até 2030. Para contextualizar essa mudança, confira também como Fipe Carros avalia a concorrência com os carros elétricos chineses.
Apesar dos cortes anunciados, a Mercedes-Benz não fechará suas fábricas alemãs, mas transferirá a produção de pelo menos uma linha de modelos da Alemanha para a Hungria, onde a produção é 70% menos dispendiosa. A Mercedes-Benz também diz que aumentará seu foco na construção de modelos para a América e a China nesses países, para se proteger de ameaças tarifárias iminentes.