O setor automotivo brasileiro registrou um expressivo crescimento em 2024, com um aumento de 15% nas vendas de veículos novos em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram emplacados 2.654 milhões de unidades, leves e pesadas, representando o maior crescimento anual desde 2007.
O segundo semestre do ano foi particularmente positivo, com um aumento de 32% em relação ao primeiro, recuperando os níveis pré-pandemia. Esse desempenho colocou o Brasil na liderança entre os dez maiores mercados automotivos globais, superando países como Canadá (10,5%), China (3,8%) e Estados Unidos (2,8%).
Esse crescimento foi impulsionado por um ciclo recorde de investimentos das montadoras, que anunciaram R$ 180 bilhões em aportes. A produção nacional também acompanhou a alta, registrando um crescimento de 10,7%, com 2.574 milhões de veículos fabricados.
Apesar do desempenho positivo em 2024, a Anfavea revisou suas projeções para 2025, considerando a elevação da taxa Selic para 12,25% ao ano. A previsão agora é de um crescimento mais moderado: 5,8% para veículos leves e 2,1% para veículos pesados.
O comércio exterior teve papel relevante, com as importações superando as exportações pela primeira vez desde 2015. Foram importadas 463 mil unidades contra 403 mil exportadas. A China se destacou como principal fornecedora, com um aumento impressionante de 415% nas exportações para o Brasil, totalizando 165 mil unidades, impulsionado principalmente pelas marcas BYD e GWM.
Na balança das exportações brasileiras, a Argentina voltou a ocupar o primeiro lugar, com a compra de 149,5 mil veículos, representando um aumento de 39%. O México, por sua vez, apresentou queda de 26%, importando 95 mil unidades.
O mercado de veículos eletrificados apresentou forte crescimento, com os híbridos se destacando em relação aos elétricos e híbridos plug-in no final do ano. Em dezembro, estima-se a venda de aproximadamente 7 mil unidades de veículos híbridos, 6,9 mil de híbridos plug-in e 5,9 mil de elétricos. No acumulado do ano, os elétricos registraram crescimento de 326%, com 63,1 mil unidades emplacadas; os híbridos plug-in tiveram alta de 178% (57 mil unidades) e os híbridos tradicionais, um aumento de 130% (55,4 mil unidades).
Com esses resultados, a participação de mercado dos veículos híbridos e plug-in saltou de 3,4% para 4,5%, enquanto a dos elétricos subiu de 0,9% para 2,5%.