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Li Xiang, da Li Auto, propõe padronização da terminologia para níveis de condução autônoma na China

O marketing das montadoras tem gerado confusão entre os consumidores. Segundo Li Xiang, é necessário que a China adote uma nomenclatura padronizada para os diferentes níveis de condução autônoma

Li Xiang, fundador da Li Auto, defende que a China adote uma nomenclatura padronizada para os diferentes níveis de condução autônoma. Segundo ele, o marketing das montadoras tem gerado confusão entre os consumidores sobre o que, de fato, seus carros conseguem fazer.

Em uma publicação nas redes sociais, Li Xiang destacou sua preocupação: “Peço às empresas e à mídia que padronizem os termos usados para descrever a condução autônoma. Expressões como L2 e L3 não fazem sentido para os usuários comuns – são apenas termos técnicos.”

Ele sugeriu uma maneira mais simples de classificar os níveis: “L2 = Assistência à Condução; L3 = Assistência Automática à Condução; L4 = Condução Autônoma; L5 = Condução Sem Motorista”. Segundo ele, essa simplificação evita exageros no marketing que podem levar os consumidores a acreditar que os veículos são mais autônomos do que realmente são.

Li também ressaltou que uma comunicação mais clara e honesta beneficia tanto os consumidores quanto a indústria no longo prazo. “É melhor focar no desenvolvimento da tecnologia do que exagerar na propaganda”, afirmou.

O alerta de Li vem em um momento em que cresce a preocupação com acidentes causados por motoristas que confiam demais nas funções de assistência à direção. Alguns casos recentes, incluindo um acidente fatal com um Xiaomi SU7, levantaram debates sobre a segurança desses sistemas e a forma como são divulgados ao público.

Atualmente, a classificação internacional mais usada para descrever os níveis de automação veicular foi criada pela Society of Automotive Engineers (SAE) e vai do nível L0 ao L5. Na China, o sistema oficial segue essa mesma estrutura, com pequenas adaptações para o mercado local.

Entenda os níveis de automação:

  • L2 (Assistência Combinada à Condução): Sistemas que podem controlar o movimento lateral e longitudinal do veículo sob condições operacionais específicas, como manter faixas e distâncias seguras na rodovia. No entanto, os motoristas devem permanecer vigilantes e prontos para assumir o controle.
  • L3 (Condução Autônoma Condicional): Sistemas que podem lidar com todas as tarefas dinâmicas de condução sob condições específicas. Os veículos podem dirigir automaticamente em determinados ambientes, como rodovias, mas os motoristas devem estar preparados para intervir quando o sistema solicitar.
  • L4 (Condução Autônoma de Alto Nível): Sistemas que podem concluir todas as tarefas de direção e realizar retomadas de direção sob condições operacionais projetadas, monitorando continuamente as condições de tráfego para atingir todos os objetivos de direção. O monitoramento do motorista geralmente é desnecessário, embora a intervenção humana ainda possa ser necessária em cenários únicos.
  • L5 (Condução Autônoma Completa): Sistemas que podem executar todas as tarefas dinâmicas de condução sob quaisquer condições, sem a limitação de “condições operacionais projetadas”. Os veículos podem dirigir autonomamente em qualquer cenário, sem a participação do motorista humano – os passageiros só precisam fornecer um destino ou informações de navegação.

Observadores da indústria notam que a lacuna entre a linguagem de marketing e as capacidades técnicas se tornou perigosamente ampla. Devido à terminologia enganosa usada em materiais promocionais, os consumidores muitas vezes acreditam que seus sistemas L2 têm capacidades L4 ou L5.

A proposta de Li visa esclarecer uma situação em que a ambiguidade linguística tem implicações reais para a segurança. A Li Auto almeja vender 700 mil veículos em 2025, impulsionada por novos modelos elétricos, e a clareza sobre os níveis de automação pode ser um fator crucial para a confiança do consumidor.

Josean Santos

Josean Belo dos Santos é estudante de jornalismo e graduado em História pela UFPI. Possui vasta experiência em assuntos relacionados ao trânsito e à mobilidade urbana, atuando como agente de trânsito na cidade de Picos, Piauí, desde 4 de setembro de 2012. Além disso, tem ampla experiência no setor automotivo, iniciada em 2008, e já colaborou com alguns dos principais sites do Brasil.

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