Importações de carros na China sofrem queda de 33% com recuo acentuado dos veículos americanos

De janeiro a maio, o país asiático importou 180 mil veículos, marcando uma das maiores retrações para o período nos últimos anos
Importações de carros na China sofrem queda de 33% com recuo acentuado dos veículos americanos
Crédito da imagem: Geely

A China registrou uma queda expressiva nas importações de automóveis nos cinco primeiros meses de 2025. Foram 180 mil veículos, 33% a menos que no mesmo período do ano passado.

Esse é o terceiro ano seguido de queda nas importações, refletindo não só as tensões geopolíticas, como também a rápida transformação do mercado interno, cada vez mais focado em carros elétricos.

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Cui Dongshu, secretário-geral da China Passenger Car Association, explica que esse movimento já acontece há anos. Para se ter uma ideia, as importações de veículos dos Estados Unidos despencaram de 280 mil unidades em 2017 para 109 mil em 2024.

Somente neste ano, entre janeiro e maio, a entrada de veículos americanos no país caiu 48%, somando apenas 18.849 unidades.

O cenário de maio não foi diferente: a China importou 47 mil veículos, número 25% menor que no mesmo mês de 2024. Apesar disso, houve um leve aumento de 9% em relação a abril.

Entre os países que mais exportaram para a China no acumulado do ano, o Japão ficou na liderança com 70.037 unidades, seguido por Alemanha (41.676), Eslováquia (25.833), Estados Unidos (18.849) e Reino Unido (14.734).

Apenas em maio, o Japão também liderou, com 21.247 veículos, seguido por Alemanha (10.148), Eslováquia (6.689), Reino Unido (3.618) e Estados Unidos (3.130).

Cui Dongshu destaca que a maior produção local, somada à expansão das fábricas de marcas estrangeiras dentro da própria China, tem reduzido a necessidade de importações. Empresas como a Xiaomi, que amplia sua aposta nos carros elétricos com nova fábrica em Pequim, demonstram essa tendência.

Outro fator que pesa é a queda na procura por carros a gasolina, já que o país tem acelerado a transição para veículos elétricos, fortalecendo ainda mais suas marcas nacionais.

Além disso, a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a necessidade de diversificar os fornecedores são elementos que também influenciam diretamente essa redução nas importações. A BYD, por exemplo, tem ampliado sua frota marítima com navios modernos, como o navio Xi’an capaz de transportar 9.200 veículos.

Um exemplo é a Tesla. A fabricante americana de veículos elétricos interrompeu os pedidos dos modelos Model S e Model X na China em abril, possivelmente devido ao impacto da deterioração das relações comerciais sobre esses modelos importados.

A Tesla produz os modelos Model 3 e Model Y em Xangai, enquanto o Model S e o Model X não são fabricados localmente na China. A BYD Atto 3 alcançou a marca de 1 milhão de unidades vendidas globalmente, refletindo o sucesso dos VEs chineses.

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