O Hyundai Kona consolidou-se como um dos modelos mais importantes da marca coreana. Após um teste inicial em seu lançamento, o site Chasing Cars avaliou o Kona Elétrico em um teste de longa duração, com o objetivo de analisar sua performance no uso diário e a viabilidade da versão elétrica em comparação com as variantes a combustão e híbrida, além de verificar seu custo-benefício frente à concorrência chinesa.
Durante seis meses, o veículo, apelidado de ‘Agnes’, percorreu 5.827 km, com um custo total de carregamento de aproximadamente 450 dólares australianos, cerca de 75 dólares por mês. A experiência de ‘propriedade’ foi quase isenta de problemas. O único incidente foi um ruído proveniente da traseira, que foi rapidamente solucionado em uma concessionária Hyundai, com a lubrificação dos batentes da porta traseira.
A experiência de condução foi um dos pontos altos. O Hyundai Kona apresentou um comportamento dinâmico e ágil, com direção responsiva e um bom equilíbrio entre aceleração e frenagem. Para o avaliador, foi uma ótima introdução ao mundo dos carros elétricos, e ressaltou a adequação do modelo para o uso diário. No entanto, a ausência de um ponto de carregamento em sua residência foi um inconveniente, levando-o a considerar a versão de autonomia estendida.
O design do Kona também foi apreciado, especialmente com o pacote N-Line e cores vibrantes como Soultronic Orange e Neoteric Yellow. Contudo, o preço de 54 mil dólares, que chega a 60 mil com custos adicionais, foi um ponto de preocupação, com alternativas como MG4 e BYD Atto 3 apresentando um melhor custo-benefício no papel. A versão híbrida, quase 20 mil dólares mais acessível, poderia ser mais adequada para aqueles que não dispõem de carregamento doméstico.
O avaliador concluiu que, com a infraestrutura de carregamento adequada, o Hyundai Kona Elétrico seria uma ótima opção, talvez viabilizado por um leasing. De qualquer forma, o Kona, em suas versões híbrida, a combustão ou elétrica, é um modelo recomendado.
Desafios e superação: Uma viagem a Canberra
O uso do veículo no dia a dia destacou os benefícios da condução elétrica: torque imediato, suavidade e silêncio. A transição de um carro a combustão para o Hyundai Kona foi suave, com comandos intuitivos, incluindo o sistema de frenagem regenerativa que pode ser ajustado pelas borboletas no volante. O modo ‘i-Pedal’ permitiu uma condução com um único pedal.
O teste de longo alcance foi o grande desafio. Em um percurso de 180 km em rodovia, o Kona apresentou uma eficiência de 15,5 kWh/100 km, com alcance estimado de 296 km. O testador conseguiu chegar a Canberra, mas foi necessário dirigir em velocidades menores para conservar bateria. A chegada em um posto de carregamento em Braddon foi com apenas 12% de carga restante, evidenciando a necessidade de planejamento e o benefício da versão de autonomia estendida para viagens mais longas.
No entanto, a experiência também incluiu contratempos, como postos de carregamento ocupados por carros a combustão ou estações em manutenção. Esses problemas, embora frustrantes, não impediram o testador de concluir a viagem com sucesso, mas demonstraram a importância de ter planos de contingência ao usar carros elétricos.
Interior e tecnologia: Um Equilíbrio entre moderno e funcional
O interior do Kona Elétrico equilibra tecnologia e funcionalidade. As duas telas de 12,3 polegadas não dominam o espaço, e os controles físicos para funções como volume e climatização são acessíveis. Os gráficos são simples e eficientes, e o sistema multimídia é compatível com Apple CarPlay. No entanto, foi notada a necessidade de se inclinar para frente para interagir com a tela, e o seletor de marchas na coluna de direção exigiu um período de adaptação.
O espaço interno é amplo, com boa área no console central, embora com poucos compartimentos fechados. A qualidade dos materiais, com muitos plásticos rígidos, revela que se trata de um modelo de entrada. Os sistemas de segurança, como o alerta de velocidade, foram considerados irritantes inicialmente, mas melhoraram após uma atualização de software que reduziu o número de passos para desativá-lo temporariamente. O alerta de atenção ao motorista também foi frequente, mas útil para lembrar pausas.
Um problema inicial era o alerta de radares de velocidade que interrompia a reprodução de áudio. O problema foi resolvido desativando os alertas de navegação. O interior do Kona foi considerado confortável, com boa posição de direção, volante agradável, excelente visibilidade, e bom espaço para passageiros. O porta-malas de 407 litros acomoda um estepe, o que é raro em veículos elétricos.
A dificuldade de carregar o Kona em casa, devido à ausência de tomadas próximas à vaga de estacionamento, exigiu uma mudança na rotina de carregamento. O carregamento passou a ser realizado em estações públicas, com a necessidade de planejar a carga junto com outras atividades. A estação preferida era uma de 50 kW em um shopping local, mas a espera e a disputa por vagas eram frequentes.
A rotina de carregamento, a falta de infraestrutura formal e organizada e a necessidade de carregar durante a noite foram os desafios enfrentados. O interior, apesar de ser simples, com muitos plásticos rígidos, oferecia um bom equilíbrio entre funcionalidade e tecnologia. A tela digital era clara e o sistema multimídia era compatível com Apple CarPlay. A condução foi considerada suave, com bom comportamento na suspensão e conforto ao rodar por ruas irregulares.
O objetivo do teste era avaliar um veículo elétrico, acessível e popular. O Kona é o segundo mais vendido no segmento de SUVs compactos na Austrália, e a Hyundai projetou essa segunda geração priorizando a versão elétrica. O modelo oferece versões a combustão, híbrida e elétrica, sendo as versões híbridas responsáveis por 23% das vendas e as elétricas, por 10%.
O Kona Elétrico é um dos poucos SUVs elétricos com preço abaixo de 60 mil dólares de fabricantes tradicionais, sendo a opção mais acessível da Hyundai até a chegada do Inster. A escolha foi pela versão de entrada, com preço de 54 mil dólares antes de custos adicionais, equipada com motor de 99kW e bateria de 48.6 kWh, com alcance de 370 km.
A versão de autonomia estendida possui motor de 150 kW e bateria de 64.8 kWh, com alcance de 505 km. A versão Premium adiciona equipamentos como rodas de 19 polegadas, faróis de LED, head-up display, sistema de som Bose, bancos de couro e teto solar.
Entre os equipamentos de série, destacam-se a tela central de 12,3 polegadas, painel digital de 12,3 polegadas, sistema de som de seis alto-falantes, modo de condução com um pedal, sistema de som virtual do motor, navegação integrada, climatização de duas zonas, bancos de tecido e carregamento sem fio.
