A Honda, por meio de sua parceria com a Dongfeng, lançou no dia 6 de março de 2024 o novo S7 na China, apostando firme no concorrido mercado de SUVs elétricos. O modelo, que chegou a ser apresentado antes com a marca Ye (hoje descontinuada), agora traz o logotipo global da Honda e tem preço inicial de 259.900 yuan, cerca de US$35.760.
Na versão com dois motores, o S7 entrega 469 cavalos de potência e promete uma autonomia de até 620 km no ciclo CLTC. Um dos destaques tecnológicos opcionais é o moderno head-up display com realidade aumentada, que tem incríveis 41,9 polegadas.

Com o S7, a Honda busca recuperar espaço no mercado chinês de elétricos, mirando diretamente em concorrentes de peso como o Tesla Model Y e o Zeekr 7X. Ao invés de apostar em inovações radicais, a marca japonesa foca na boa dirigibilidade, tentando conquistar motoristas mais tradicionais que estão migrando agora para os carros elétricos. A Schaeffler, importante fornecedora, também tem papel de destaque nesse movimento de eletrificação na China.
O S7 estreia uma nova linguagem visual da Honda para carros elétricos. Os faróis de LED em formato de Y, ligados por uma faixa de luz na dianteira, dão um ar moderno, mas sem exageros. O visual é limpo e elegante, diferente de alguns rivais com design mais ousado. Para melhorar a aerodinâmica, o SUV traz detalhes como maçanetas embutidas e um teto com linhas bem desenhadas.
Entre os opcionais, há ainda espelhos laterais eletrônicos, que custam 15.000 yuan (em torno de US$2.000). Segundo testes, eles ajudam a reduzir o ruído do vento em até 30% em comparação com os espelhos comuns.
Com 4,75 metros de comprimento, 1,93 m de largura, 1,63 m de altura e entre-eixos de 2,93 m, o S7 é um pouco mais compacto que o Tesla Model Y, mas ainda assim oferece um bom espaço para quem vai no banco de trás. As rodas variam entre 19 e 21 polegadas, estas últimas com visual mais esportivo, sem abrir mão do conforto.
Conheça o interior do Honda S7
A abordagem da Honda ao design de interiores enfatiza a ergonomia funcional em vez de tecnologia chamativa. A cabine apresenta uma combinação ponderada de controles físicos e interfaces digitais, com uma tela sensível ao toque central de 15,6 polegadas responsiva executando o software mais recente da Honda. Embora a interface funcione sem problemas, ela carece do extenso ecossistema de aplicativos encontrado em muitos concorrentes chineses.
A retenção de botões físicos para controle de temperatura e seleção do modo de direção agradará aos tradicionalistas que preferem feedback tátil. Enquanto isso, a Li Xiang, da Li Auto, propõe padronização da terminologia para níveis de condução autônoma na China.
Os bancos dianteiros oferecem excelente suporte, com ajuste elétrico de 12 posições e ventilação disponíveis em níveis de acabamento mais altos. Um sistema de áudio premium opcional da Bose incorpora alto-falantes inovadores no apoio de cabeça que fornecem avisos de navegação diretamente ao motorista sem perturbar outros ocupantes.
Os passageiros traseiros se beneficiam de amplo espaço para as pernas e encostos de assento reclináveis, embora o teto panorâmico fixo comprometa ligeiramente o espaço para a cabeça para indivíduos mais altos.
O S7 oferece 471 litros de capacidade de carga em sua configuração padrão, expandindo-se para 1.432 litros com os bancos traseiros rebatidos – números que se comparam favoravelmente com os concorrentes de luxo alemães. Embora a ausência de um *frunk* (porta-malas dianteiro) seja decepcionante, o interior compensa com áreas de armazenamento bem planejadas.
Nosso carro de teste Honda S7 com tração traseira apresenta um motor elétrico de 200 kW (268 hp), oferecendo aceleração suave e linear e um tempo de 0–100 km/h de 7,5 segundos. Embora não seja o líder da classe em velocidade, sua entrega de potência é refinada e responsiva, especialmente de 60–120 km/h. A bateria de 89,8 kWh forneceu uma autonomia real de 420–460 km em condução mista – cerca de 80% de sua classificação CLTC de 650 km – com consumo de energia com média de 17,2 kWh/100 km em velocidades de estrada. Um engenheiro brasileiro radicado em Goiás presenteou sua mãe com um Tesla Cybertruck.
Com suspensão dianteira de braço duplo e suspensão traseira de cinco braços, o chassi se destaca no conforto e controle de condução, superando rivais como o Tesla Model Y em superfícies irregulares. A direção é bem ponderada e fornece bom feedback. O sistema de frenagem regenerativa oferece quatro níveis, com o mais forte permitindo uma direção natural com um pedal.
Três modos de direção – Eco, Normal e Sport – alteram o caráter do veículo. O Sport aguça a resposta do acelerador, enquanto o Eco introduz uma sensação de pedal de dois estágios que prioriza a regeneração. O S7 permanece silencioso na estrada, auxiliado por maçanetas das portas embutidas e espelhos digitais opcionais. As rodas padrão de 19 polegadas oferecem conforto e menos ruído. O carregamento atinge o máximo de 150 kW, adicionando 200 km em 18 minutos em condições ideais. A Red Bull homenageia a Honda com pintura especial no GP do Japão de Fórmula 1.
Veredito
O Honda S7 conquista seu nicho aperfeiçoando os fundamentos, em vez de perseguir a inovação. Seu manuseio equilibrado e condução confortável oferecem um autêntico caráter de direção Honda em um pacote de veículo elétrico – uma proposta atraente para compradores tradicionais em transição para a eletrificação.
Embora os rivais chineses liderem em tecnologia autônoma e carregamento de 800V (o S7 atinge o pico de 150kW, exigindo 36 minutos para 80% de carga), a Honda se concentra no que mais importa para os entusiastas da direção: calibração precisa do acelerador, direção comunicativa e suspensão que equilibra conforto com controle. Sua competição real não são os veículos elétricos mais avançados, mas aqueles que buscam um veículo elétrico que permaneça inconfundivelmente um Honda. A Hyundai Ioniq 6 tem facelift revelado e nova versão N confirmada.