Em um cenário global cada vez mais competitivo, onde as montadoras chinesas ganham espaço, *Honda* e *Nissan* estudam uma possível fusão. O objetivo principal é fortalecer suas posições no mercado e fazer frente à concorrência, que inclui não apenas as marcas chinesas, mas também a Tesla.
A iniciativa de união entre as gigantes japonesas não é um movimento isolado. Há relatos de que executivos da *Honda* e *Nissan* se reuniram com representantes da *Mitsubishi* em agosto, sugerindo uma possível expansão da parceria. A ideia é criar uma superpotência automotiva, capaz de competir em termos de produto e preço.
A *Nissan* enfrenta desafios financeiros significativos, o que torna a fusão uma opção ainda mais relevante para a empresa. Há indicações de que a *Renault*, parceira da *Nissan*, estaria interessada em vender sua parte na montadora japonesa, abrindo caminho para novas negociações. Apesar dos rumores, as marcas japonesas negaram oficialmente, através de declarações similares à agência Reuters, os planos concretos para uma fusão.
As montadoras declararam que “Conforme anunciado em março deste ano, Honda e Nissan estão explorando diversas possibilidades de colaboração futura, aproveitando os pontos fortes uma da outra” e que “no momento apropriado as novidades serão reveladas”. A *Renault*, por sua vez, negou qualquer conhecimento de negociações nesse sentido.
Executivos da *Nissan* chegaram a declarar publicamente que a empresa precisava encontrar um investidor em um período de 14 meses para evitar o encerramento de suas operações, e que estavam “dispostos a considerar todas as possibilidades”.
Impacto da possível fusão no mercado
A *Toyota*, por sua vez, parece não estar envolvida nesse movimento de fusão. Com vendas globais que ultrapassaram 11 milhões de veículos em 2023, a marca japonesa se mantém em posição de destaque e não parece precisar de parcerias no momento.
Enquanto isso, *Honda, Nissan e Mitsubishi* somaram juntas menos de 8,5 milhões em vendas no mesmo período. Os números mostram que a fusão entre as três marcas japonesas, juntas, têm potencial para ameaçar a ascensão das montadoras chinesas, como a *BYD* (com mais de 3 milhões de veículos vendidos globalmente) e a *GAC* (2,5 milhões).
A possível fusão entre *Honda, Nissan e Mitsubishi* marca um ponto de inflexão no mercado automotivo, com o potencial de redefinir o cenário da competição global. A chegada da GAC ao Brasil, com um investimento bilionário e fábrica local, acirra a concorrência no setor.
Além disso, a BYD atinge 70 mil carros eletrificados vendidos no Brasil, mostrando a força das marcas chinesas no mercado. A necessidade de fortalecer suas operações também levou a Nissan a oferecer condições especiais para alguns modelos em campanha de fim de ano.