Montadoras como Aston Martin, Audi e Jaguar Land Rover decidiram suspender temporariamente o envio de veículos aos Estados Unidos. A estratégia é uma tentativa de evitar tarifas pesadas, aproveitando os estoques já existentes no país até que as relações comerciais se estabilizem.
Enquanto isso, portos americanos enfrentam sérios gargalos logísticos. O acúmulo de carros importados tem levado os terminais à beira da capacidade, segundo fontes ouvidas pelo Financial Times. Para lidar com as tarifas, algumas empresas preferem manter os veículos nos portos pelo maior tempo possível ou recorrer a armazéns alfandegados, onde os impostos podem ser pagos apenas no momento da retirada.

A pausa de 90 dias no aumento de tarifas, anunciada durante o governo Trump, não trouxe o alívio esperado. Pelo contrário, aumentou a cautela no setor, que segue em alerta diante de decisões políticas consideradas imprevisíveis.
Além das tarifas sobre veículos, há ainda a possibilidade de taxar peças automotivas estrangeiras, o que gera incertezas adicionais. Um executivo alemão ironizou a falta de clareza: “Uma peça é o motor inteiro ou cada parafuso que compõe ele?”.
A falta de clareza exige uma definição urgente por parte do governo, sob o risco de prejudicar a manutenção e o reparo de veículos já em circulação no país. Esse cenário é ainda mais complicado quando Montadoras chinesas desafiam tarifas e expandem vendas de veículos na Europa, mostrando um mercado global em constante mudança.