A Câmara de Comércio da China na União Europeia (CCCEU) estabeleceu um grupo de trabalho automotivo, e Zhang Hui, vice-presidente da Nio para a Europa, foi nomeado o primeiro presidente do grupo. Empresas da cadeia de suprimentos automotiva têm solicitado a criação de um grupo como este desde que a UE iniciou uma investigação anti-subsídio sobre veículos elétricos chineses.
O anúncio da formação do grupo de trabalho ocorreu durante o Fórum de Desenvolvimento da Cooperação China-Portugal e China-UE, realizado em Lisboa, Portugal. O objetivo é fortalecer a colaboração entre montadoras chinesas e europeias, segundo reportagem da Xinhua.
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Zhang Hui, da Nio, foi nomeado pela CCCEU como o primeiro presidente do grupo de trabalho automotivo. Em sua declaração, Zhang afirmou que o grupo se dedicará a estabelecer uma plataforma de comunicação e colaboração entre as montadoras chinesas na Europa, proteger e promover seus interesses no continente e fortalecer os laços entre elas e os parceiros locais.
Segundo o Global Times, Zhang destacou que o grupo de trabalho será uma plataforma importante “para as montadoras chinesas expressarem suas preocupações, facilitarem a comunicação e fortalecerem a cooperação interna e externamente na Europa”, durante a cerimônia de inauguração do grupo. Empresas como a **BYD**, que acredita que carros elétricos chineses estão à frente do mercado, estão expandindo suas operações na Europa.
Em sua página no LinkedIn, Zhang compartilhou que este é o segundo grupo de trabalho automotivo que ele ajudou a estabelecer e o quarto grupo de trabalho especializado sob a CCCEU. “Esta plataforma ajudará a enfrentar os desafios decorrentes da mudança global em direção à eletrificação e direção automatizada”, afirmou.
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Zhang ressaltou que a indústria automotiva é altamente globalizada, mas o acesso ao mercado está se tornando cada vez mais complexo devido às tensões geopolíticas, à evolução das políticas comerciais e às regulamentações da UE.
Ele enfatizou que, com a China produzindo 31 milhões de veículos em 2024 e a Europa permanecendo um centro de P&D e talento, uma colaboração mais estreita é fundamental. Outras montadoras chinesas, incluindo **Xpeng**, também estão ativas no mercado europeu.
A CCCEU observou que as empresas da cadeia de suprimentos automotiva têm solicitado a criação de um grupo de trabalho como este desde que a UE lançou sua investigação anti-subsídio sobre veículos elétricos chineses, na esperança de que ele possa transmitir suas vozes e apoiar melhor as empresas envolvidas no mercado europeu, de acordo com o Global Times.
Wang Yiwei, diretor do centro de pesquisa da UE na Universidade Renmin da China, disse ao Global Times que o estabelecimento do novo grupo de trabalho ajudará as empresas chinesas a fazer negócios no mercado da UE.
Ele também pode desempenhar um papel na facilitação do diálogo entre os dois lados sobre a resolução adequada das tarifas adicionais da UE sobre veículos elétricos fabricados na China. A **Huawei e montadoras chinesas revelam estratégias de novos veículos elétricos para 2025**, mostrando o avanço tecnológico do setor.
A Comissão Europeia lançou uma investigação anti-subsídio em 4 de outubro de 2023 sobre as importações de veículos elétricos originários da China, alegando que eles se beneficiam de subsídios chineses injustos que distorcem o mercado europeu.
Em 29 de outubro do ano passado, a Comissão Europeia anunciou que havia encerrado a investigação e decidiu avançar com a imposição de tarifas adicionais, mas disse que continuaria a discutir os compromissos de preços.
As tarifas adicionais, além dos 10% originais, entraram em vigor em 30 de outubro do ano passado, com diferentes fabricantes de veículos elétricos enfrentando diferentes taxas.
Montadoras chinesas, incluindo Nio, Xpeng, BYD e Zeekr, estão se expandindo para o mercado europeu. Os consumidores da **BYD na China reclamam após lançamento do sistema ‘God’s Eye’ em novos modelos**, demonstrando que desafios também são enfrentados no mercado interno.