A Dodge está enfrentando um momento de transição em sua linha de veículos de alta performance. Dados recentes revelam que os consumidores americanos ainda preferem os tradicionais muscle cars barulhentos e movidos a combustão interna, em vez de abraçar a nova era elétrica da marca.
No primeiro trimestre, as vendas dos modelos Charger e Challenger, já descontinuados, superaram as do recém-lançado Charger Daytona EV. Esse resultado aponta para uma resistência por parte dos compradores da Dodge em abandonar os motores V8 e V6.

Entre janeiro e março, a Dodge comercializou 1.947 unidades do Charger Daytona EV. No entanto, nesse mesmo período, foram vendidas 1.052 unidades da última geração do Charger a combustão e 922 unidades do Challenger. A soma desses dois modelos clássicos totaliza 1.974 veículos, superando ligeiramente o desempenho do Daytona EV.
Embora a comparação envolva dois modelos contra apenas um, o resultado é notável, considerando que o Charger remonta a 2005 e o Challenger a 2008, ambos oficialmente descontinuados no final de 2023.
Além disso, a média de vendas do Charger Daytona EV foi de apenas 22 carros por dia em todo o território americano. Em contrapartida, a Ford vendeu 9.377 unidades do Mustang no mesmo período, mesmo enfrentando uma queda de 32% nas vendas em relação ao ano anterior. Para efeito de comparação, a Dodge vendeu 9.737 Challengers no primeiro trimestre de 2024, mais de cinco vezes o número de EVs vendidos este ano. Veja também como a General Motors registra forte alta nas vendas nos EUA em 2025.

Inventário remanescente
A Dodge ainda possui um estoque considerável de Chargers e Challengers 2023. Um levantamento recente indica que há 657 Chargers e 691 Challengers disponíveis para venda em todo o país. O fato de esses carros ainda estarem nos lotes, 15 meses após o fim da produção, sugere que, embora a nostalgia impulsione as vendas, o ritmo não é tão acelerado.
Para tentar reverter esse cenário, a Dodge aposta em novas versões do Charger Daytona. A expectativa é que a variante de quatro portas, juntamente com as opções de motor a combustão interna impulsionadas por um motor de seis cilindros em linha, atraiam os compradores de muscle cars tradicionais.
No entanto, os números atuais não são animadores. Assim como a Dodge, outras empresas estão buscando alternativas, como a CATL e Sinopec unem forças para construir mais de 500 estações de troca de baterias em 2025.
O primeiro trimestre foi difícil para a Dodge como um todo. As vendas totais da marca despencaram de 42.948 unidades no primeiro trimestre de 2024 para apenas 21.731 neste trimestre, representando uma queda de 49%.
Todos os modelos da linha sofreram um impacto negativo. O Hornet teve uma queda de 45%, totalizando 4.108 unidades, enquanto o Durango, com sua longa história, registrou uma queda de 9%, com 13.701 unidades vendidas. Veja como a Toyota Tacoma impulsiona vendas da montadora em março, mostrando um contraste com o desempenho da Dodge.