Deputados querem ‘imposto do pecado’ para carros elétricos

Como se trata de um grupo de trabalho, as sugestões feitas nessa etapa ainda não são definitivas.
Deputados querem ‘imposto do pecado’ para carros elétricos
Grupo de trabalho da Câmara propõe estender cobrança do 'imposto do pecado' sobre apostas e carros elétricos (Imagem: A. Krebs por Pixabay_

O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados, responsável por analisar a regulamentação da reforma tributária, apresentou um parecer nesta quinta-feira (4) que sugere a inclusão de carros elétricos na lista de produtos sujeitos ao chamado “imposto do pecado“. A proposta amplia a tributação para apostas esportivas e veículos elétricos, além dos itens já mencionados na proposta inicial do governo em abril.

A reforma tributária visa substituir os atuais impostos sobre consumo por dois novos tributos únicos, um estadual e outro federal, com alíquotas uniformes para todos os produtos. Contudo, a reforma também cria um imposto seletivo para produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, visando evitar o incentivo ao consumo desses itens.

Imposto seletivo para carros elétricos

O relatório do grupo de trabalho propõe que os carros elétricos sejam incluídos na lista de produtos sujeitos ao Imposto Seletivo. A justificativa para essa inclusão é que, apesar de serem menos poluentes durante o uso, esses veículos ainda têm impactos ambientais significativos ao longo de seu ciclo de vida, especialmente na produção e no descarte de baterias. Caso seja aprovado, o imposto será uma dor de cabeça para empresas como a BYD – que é uma das líderes globais no campo da inovação em transporte elétrico e tecnologias sustentáveis.

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) afirmou: “Entendemos que o carro elétrico, do berço ao túmulo, também polui. Principalmente no túmulo“, justificando a inclusão dos veículos elétricos na lista de itens sujeitos ao imposto.

O Imposto Seletivo, popularmente conhecido como “imposto do pecado”, foi instituído pela emenda constitucional que reformulou a tributação sobre consumo. Este imposto incide sobre produtos que, de alguma forma, prejudicam a saúde ou o meio ambiente, com uma alíquota superior à padrão, estimada em cerca de 26%, para desestimular o consumo desses itens.

A proposta discutida visa regulamentar o funcionamento e a aplicação dos mecanismos introduzidos pela reforma tributária. A inclusão dos carros elétricos no “imposto do pecado” é um dos pontos centrais do debate. Segundo deputados, essa medida ajudará a manter o equilíbrio da carga tributária, compensando possíveis perdas de arrecadação com outras mudanças na proposta do governo, como a ampliação da cesta básica isenta de impostos.

Processo Legislativo

As sugestões apresentadas pelo grupo de trabalho ainda não são definitivas. O texto deverá seguir para análise do plenário da Câmara através de um requerimento de urgência. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prevê que a votação ocorra na próxima semana, antes do recesso parlamentar programado para 18 de julho. Para aprovação, o texto necessita de pelo menos 257 votos favoráveis na Câmara. Após a aprovação na Câmara, a proposta será encaminhada ao Senado, onde precisará de 41 votos a favor antes de seguir para sanção presidencial.

A proposta inicial do governo mantém a cobrança do Imposto Seletivo sobre cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, embarcações, aeronaves e veículos poluentes, e extração de minério de ferro, petróleo e gás natural. No entanto, o grupo de trabalho excluiu os caminhões dessa lista.

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