Controvérsia atinge Xiaomi SU7 Ultra: Propaganda enganosa e queda nas vendas

Compradores do SU7 Ultra acusam a Xiaomi de enganar os consumidores ao anunciar um capô de fibra de carbono
Controvérsia atinge Xiaomi SU7 Ultra: Propaganda enganosa e queda nas vendas
Crédito da imagem: Xiaomi

A estreia da Xiaomi no mercado de carros elétricos virou alvo de polêmica. Compradores do SU7 Ultra acusam a empresa de enganar os consumidores ao vender um capô de fibra de carbono por 42.000 yuan (cerca de 5.800 dólares), promovido como um item de alto desempenho, mas sem função aerodinâmica real.

Testes independentes mostraram que os “dutos de ar duplos” prometidos no capô são meramente estéticos. Vídeos de análises apontaram que a peça praticamente não melhora o fluxo de ar, contrariando o material de divulgação e declarações do CEO Lei Jun, que chegou a dizer que o capô ajudaria no resfriamento das rodas.

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Crédito da imagem: Xiaomi

A entrega dos primeiros SU7 Ultra aconteceu no fim de abril, e logo surgiram as reclamações. Muitos donos se sentiram enganados, como um comprador identificado como “Xi Dong”, que declarou: “Eu queria desempenho, não um enfeite caro”. Um grupo com 400 membros foi formado para buscar reembolso ou troca.

A Xiaomi reagiu em 7 de maio, pedindo desculpas e alegando que a descrição do produto “não era clara”. A compensação oferecida incluiu a troca por um capô de alumínio (com até 40 semanas de espera) ou 20.000 pontos de fidelidade — algo em torno de 280 dólares. As propostas foram amplamente rejeitadas.

Dias depois, em 10 de maio, Lei Jun reconheceu no Weibo que a marca enfrenta uma “crise de confiança” e chamou o momento de “o mais difícil desde a fundação da Xiaomi”. A enxurrada de críticas foi tão grande que os comentários na postagem foram limitados.

Em resposta, o grupo de consumidores contratou advogados e publicou um vídeo conjunto anunciando medidas legais. Especialistas como o professor Dai Shengyi apontam que a Xiaomi pode ter violado leis de proteção ao consumidor e até enfrentar multas por propaganda enganosa.

Controvérsia atinge Xiaomi SU7 Ultra: Propaganda enganosa e queda nas vendas
Crédito da imagem: Xiaomi

Apesar da pressão pública, o Departamento de Comércio de Pequim decidiu encerrar o caso em 15 de maio, alegando falta de provas de má conduta. O órgão recomendou que os consumidores busquem solução na Justiça. Questionado, o departamento preferiu não comentar.

A crise já impacta nas vendas: nas últimas três semanas, as entregas do SU7 caíram de 7.200 para 5.200 unidades semanais. Mesmo assim, o modelo ainda lidera as vendas gerais de carros na China, considerando todos os tipos de motorização.

Para a Xiaomi, o que parecia ser uma jogada de marketing virou um alerta sobre os riscos de promessas exageradas. O caso pode abrir um precedente importante sobre os limites da publicidade e os direitos dos consumidores no setor automotivo chinês.

A necessidade de investir em educação para competir com a China, como mencionado em Lula defende investimento em educação para o Brasil competir com a China no setor de carros elétricos, ressalta a importância de aprendizado e inovação contínuos para evitar armadilhas de marketing e manter a confiança do consumidor.

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