A Citroën expandiu sua participação no mercado de utilitários esportivos com o lançamento do Basalt, um SUV cupê compacto que busca espaço no segmento dominado por modelos como o Volkswagen Nivus e o Fiat Fastback. Produzido no Complexo Industrial da Stellantis em Porto Real (RJ), o Basalt se destaca pelo posicionamento de preço agressivo.
A versão de entrada, Feel manual, com motor 1.0 aspirado, tem o preço de R$ 96.990, tornando-se o utilitário esportivo mais acessível do mercado brasileiro. Acima dela, estão as versões Feel Turbo 200 (R$ 112.990) e a topo de linha Shine Turbo 200 (R$ 115.890), ambas com motor 1.0 turbo e câmbio automático.
Mesmo a versão mais completa do Basalt mantém um preço inferior às versões de entrada dos concorrentes e se aproxima dos hatches com equipamentos similares. A alta demanda tem mantido a produção na fábrica de Porto Real, que também produz o C3 e o C3 Aircross.
Com 4,34 metros de comprimento, 1,82 metro de largura, 1,59 metro de altura e 2,65 metros de entre-eixos, o Basalt apresenta um design esportivo com linha de cintura e capô elevados, além do caimento do teto no estilo cupê. A dianteira robusta e os para-lamas largos conferem ao veículo uma aparência mais imponente, o que é conhecido na indústria como “size impression”. A altura do solo de 19,2 centímetros reforça a percepção de que o Basalt se aproxima dos SUVs médios. Os faróis halógenos e as luzes diurnas em LED são compartilhados com o C3 e o C3 Aircross, enquanto as lanternas traseiras apresentam um design original.
Sob o capô, o Basalt Shine utiliza o motor Turbo 200, também presente em outros modelos da Stellantis como o Peugeot 2008 e o Fiat Fastback. O motor 1.0 turbo, com 125/130 cavalos e 20,4 kgfm de torque, acoplado a um câmbio CVT de 7 marchas simuladas, permite que o veículo acelere de 0 a 100 km/h em 9,7/10,2 segundos e atinja uma velocidade máxima de 194 km/h.
Em termos de equipamentos, a versão Shine inclui câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, ar-condicionado digital, ajustes de altura para o banco do motorista e volante, vidros elétricos, rodas de liga leve de 16 polegadas com pneus 205/60 R16, controle de cruzeiro, revestimento em couro sintético nos bancos e volante, travas elétricas com telecomando na chave, painel digital de 7 polegadas e central multimídia de 10,25 polegadas com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.
A Citroën buscou uma estratégia de “economia criativa” para reduzir os custos do Basalt. O interior segue o padrão da linha C3, com materiais que não transmitem uma alta qualidade. A ausência de pintura na parte interna do cofre do motor e a localização dos comandos dos vidros traseiros no console central são exemplos de medidas para contenção de custos. O isolamento acústico também é limitado, permitindo que ruídos externos invadam a cabine. Além disso, o modelo não oferece itens como chave presencial, alças de teto e banco traseiro bipartido. Na área de segurança, oferece airbags frontais e laterais, ABS e controle de estabilidade, mas não inclui airbags de cortina.
O espaço interno do Basalt é adequado para dois adultos na frente e dois atrás, com algum aperto para um terceiro passageiro adulto no banco traseiro. A altura da cabine é boa nos bancos dianteiros, mas o caimento do teto pode gerar desconforto para passageiros mais altos no banco traseiro. Os bancos são rígidos e o volante possui ajuste de altura, mas não de profundidade. Não há saídas de ar-condicionado para o banco traseiro, mas há duas tomadas USB.
A central multimídia de 10 polegadas é o destaque tecnológico do interior, mas não possui controles físicos. O painel digital de 7 polegadas exibe as informações principais, mas não permite visualizar dados de consumo e conta-giros simultaneamente. O porta-malas de 490 litros é um ponto forte do modelo.
O motor 1.0 turbo de três cilindros do Basalt Shine, gerenciado pelo câmbio CVT, entrega um bom desempenho e acelerações satisfatórias. O conjunto motor-câmbio oferece uma boa simulação de marchas com trocas suaves. A versão Shine inclui piloto automático e limitador de velocidade, mas não um controle de cruzeiro adaptativo.
Apesar de um pequeno turbolag em baixos giros, o modo “Sport” oferece uma resposta mais ágil, embora com maior consumo de combustível. A suspensão do Basalt foi bem acertada, proporcionando um bom controle da carroceria e um bom conforto em irregularidades do piso. Os freios a disco ventilados na dianteira e a tambor na traseira mostram-se eficientes. No off-road leve, o Basalt demonstra robustez. A direção elétrica é leve e agradável. Entre as ausências está o limpador/lavador do vidro traseiro e a retrovisão pelo espelho interno não é ideal.
Ficha Técnica – Citroën Basalt Shine Turbo 200 AT
- Motor: 1.0 Turbo, 3 cilindros em linha, 125/130 cv (gasolina/etanol), 20,4 kgfm de torque.
- Transmissão: CVT com 7 marchas simuladas.
- Tração: Dianteira.
- Suspensão: Independente tipo MacPherson na dianteira, eixo de torção na traseira.
- Freios: Discos ventilados na dianteira, tambores na traseira.
- Pneus: 205/60 R16.
- Dimensões: 4,34 m (comprimento), 1,82 m (largura), 1,59 m (altura), 2,65 m (entre-eixos).
- Peso: 1.191 kg.
- Porta-malas: 490 litros.
- Tanque de combustível: 47 litros.
- Preço: R$ 115.890 (R$ 118.890 com pintura Cinza Grafito e teto preto).