A BYD sinaliza expansão no mercado brasileiro com o registro do design do SUV Bao 3 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O modelo, que se destaca por integrar uma plataforma de drones no teto, sugere que a fabricante chinesa planeja novidades para o país.
Especula-se que, em caso de lançamento oficial, o SUV poderá ser comercializado sob nova marca e nome, possivelmente como Denza B3, alinhando-se à divisão de luxo da BYD. A BYD atinge marca de 165 concessionárias no Brasil e expande presença nacional, o que pode facilitar o lançamento de novos modelos como o Bao 3.

Na China, o Bao 3 é equipado com dois motores elétricos, tração integral e uma bateria de íons de lítio de 78,7 kWh. O motor dianteiro desenvolve 148 cv, enquanto o traseiro entrega 268 cv. A autonomia é de 500 km (ciclo chinês), e a aceleração de 0 a 100 km/h é de 4,9 segundos.
Com dimensões similares ao BYD Song Plus (4,61 m de comprimento, 2,75 m de entre-eixos, 1,88 m de largura e 1,72 m de altura, podendo alcançar 1,92 m com o drone), o B3 apresenta rodas de 18 ou 19 polegadas e pneus de uso misto. O interior segue o padrão BYD, com central multimídia giratória, painel de instrumentos digital e botões físicos no console central.
Apesar do visual off-road, o SUV utiliza estrutura monobloco, gerenciamento ativo de suspensão e controle de torque. O sistema semiautônomo de condução God’s Eye também está presente.
O B3 já está disponível para reservas na China por 200 mil yuan (aproximadamente R$ 164 mil). No Brasil, a comercialização como Denza B3 ou a importação em unidades limitadas para exibição são possibilidades.

Enquanto isso, a Renault também prepara novidades para o mercado brasileiro. O Renault Grand Koleos foi flagrado em testes no Brasil com camuflagem na dianteira, o que sugere que o SUV híbrido pode ser o primeiro lançamento da parceria entre Renault e Geely no país. Produzido na Coreia do Sul, ele pode desembarcar ainda em 2025 ou 2026 para competir com Jeep Commander e Volkswagen Tiguan.
O Grand Koleos é produzido na Coreia do Sul, onde Renault e Geely já operam em parceria desde 2022, com a Geely detendo 34% das ações da Renault Korea Motors. No Brasil, as empresas assinaram um acordo em fevereiro de 2025 para produção e comercialização de carros híbridos e elétricos no complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR).
A Geely se tornou acionista minoritária da Renault do Brasil, com um aporte financeiro não revelado, ganhando acesso à infraestrutura de produção e à rede de vendas e serviços da Renault. O Grand Koleos, que utiliza a plataforma CMA (a mesma do Volvo XC40, já que a Geely é dona da Volvo), será importado inicialmente, mas há planos de produzir modelos da Geely no Paraná a partir de 2026, como o SUV elétrico EX5.
Com 4,78 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,69 m de altura e entre-eixos de 2,82 m, o Grand Koleos tem porte semelhante ao Jeep Commander, mas oferece só cinco lugares, e desta forma oferece um bom porta-malas de 633 litros, expansível a 2.034 litros com os bancos rebatidos. Modelos como o Volkswagen T-Cross 2026 também estão no mercado e a concorrência se acirra.
O modelo flagrado é híbrido plug-in, com motor 1.5 turbo a gasolina de 150 cv e dois motores elétricos (um gerador de 82 cv e outro de tração com 136 cv), totalizando 245 cv e 32,6 kgfm de torque. O câmbio é automático de seis marchas, e a tração é dianteira, com consumo de até 23 km/l.

A bateria tem um pouco mais de 1 kWh, ou seja, não deve rodar muito no modo puramente elétrico. Há também uma versão 2.0 turbo a gasolina de 211 cv, com câmbio de sete marchas, mas ela não deve vir ao Brasil.
Por dentro, o SUV traz três telas de 12,3 polegadas (painel, multimídia e uma para o passageiro, que pode ser desativada no Brasil por questões legais), acabamento em Alcântara na versão Esprit Alpine, ar-condicionado tri-zone e sistema de som Bose.
A parceria entre Renault e Geely no Brasil visa enfrentar a concorrência de marcas chinesas como BYD e GWM, que já têm fábricas locais. O Grand Koleos é uma versão do Geely Monjaro com ajustes visuais, como grade com losangos flutuantes e placa no para-choque, mas permanece com faróis e lanternas similares ao modelo chinês.
Por aqui, podemos esperar o SUV acima dos R$ 250 mil, seguindo o plano “Renaulution” da Renault, iniciado em 2021, que busca reposicionar a marca no segmento premium com modelos mais sofisticados.