Um incidente trágico em Nova Orleans, Louisiana, marcou o início de 2025 com um atropelamento em massa que resultou em 15 mortes e 30 feridos. O ataque na Bourbon Street é um dos muitos casos recentes em que veículos, incluindo carros e caminhões, foram utilizados como armas para causar o maior número possível de vítimas.
O New York Times reportou que este tipo de crime pode ser considerado um ato terrorista, já que “atropelamentos com veículos não começaram como uma tática terrorista, mas têm sido frequentemente usados por organizações extremistas e indivíduos radicalizados para matar, ferir e incutir medo”. A facilidade de acesso a automóveis e outros veículos, combinada com a ausência de um método eficaz para impedir tais ataques, gera preocupação entre as autoridades americanas.
Um documento do FBI intitulado “Uso terrorista de táticas de abalroamento de veículos” aponta que criminosos com acesso limitado a armas e explosivos recorrem aos veículos para realizar seus atos. Em Las Vegas, por exemplo, criminosos demonstraram a busca por alternativas ao uso de veículos como arma de colisão, empregando fogos de artifício, gasolina e querosene.
Um estudo publicado no The British Journal of Criminology, de autoria de Vincent Miller e Keith Hayward, analisou dados de crimes cometidos com o uso de veículos. A conclusão do estudo é que o veículo se tornou “um objeto comum e cotidiano em uma arma letal e semiestratégica”. Os pesquisadores observaram que “atores marginais” ganharam a capacidade de “atacar o coração dos centros urbanos e semear o medo na sociedade em geral”.
Embora edifícios públicos e organizações de alta segurança implementem barreiras anti-invasão de veículos, como Nova Iorque que prometeu instalar 1.500 pilones de ferro e inúmeros vasos de plantas em áreas turísticas, nada impede que um veículo ataque pedestres em áreas abertas e desprotegidas. O estudo se concentrou nos EUA, mas casos semelhantes têm ocorrido em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil e a China.
Durante os protestos pela morte de George Floyd, foram registrados nos EUA pelo menos 66 atropelamentos intencionais contra manifestantes. A escalada no uso de veículos como armas levanta questões sobre a segurança pública e a necessidade de medidas preventivas mais eficazes.