O Citroën Basalt chega ao mercado explorando o nicho de SUVs com estilo cupê, uma tendência mais apreciada na Europa. Com um design que lembra um fastback, o modelo da Citroën se posiciona como uma opção mais acessível em comparação a concorrentes que adotam o mesmo estilo.
Apesar de ser um projeto de baixo custo, o Basalt tenta compensar com um bom espaço interno, porta-malas generoso e um visual atraente. O carro compartilha a mesma plataforma e estratégia de otimização de custos com os irmãos C3 e C3 Aircross, o que se reflete em um acabamento mais simples e uma lista de equipamentos enxuta.
No entanto, a Stellantis investiu em um motor 1.0 Turbo com câmbio CVT e um preço competitivo para a versão Shine, que sai por R$ 115.890, com um adicional de R$ 2.400 para cores especiais.
A dianteira do Basalt pode não ser exclusiva, mas a traseira se destaca com lanternas inspiradas no conceito Oli e colunas C inclinadas. A ausência de limpador no vidro traseiro, característica de carros fastback, reforça o estilo. As portas traseiras amplas sinalizam o bom espaço interno. O design inclui faróis halógenos com luzes diurnas em LED e rodas de liga leve aro 17. O teto preto com protuberâncias adiciona um toque de estilo.
Interior e Equipamentos
O interior do Citroën Basalt prioriza a racionalidade, com um painel texturizado e difusores de ar laterais chamativos. O ar-condicionado digital é um opcional ausente no C3 Aircross. O painel de instrumentos de 7 polegadas tem boa leitura, e a central multimídia de 10 polegadas oferece conexão sem fio para Android Auto e CarPlay, além de câmera de ré. No entanto, não há carregamento por indução e as conexões USB são convencionais. Os comandos dos vidros traseiros no túnel central remetem ao antigo C3. Um destaque é o apoio de braço retrátil do motorista.
Os bancos possuem boa padronagem, apesar dos dianteiros serem um pouco estreitos. A ausência de rangidos nos assentos, como observado no C3 Aircross, é um ponto positivo. O espaço traseiro é bom para as pernas e a altura interna é adequada, mas o banco traseiro inteiriço limita a versatilidade do veículo. O porta-malas comporta 490 litros. No geral, o acabamento é simples, com muitos plásticos, mas o espaço é um diferencial.
Desempenho
O Basalt é equipado com o motor 1.0 Turbo Flex da Stellantis, um dos principais propulsores do grupo. Com 125 cv (gasolina) e 130 cv (etanol), e torque de 20,4 kgfm, o motor oferece agilidade ao SUV cupê, mesmo com o câmbio CVT de sete marchas simuladas. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 9,7 segundos.
O motor enche rapidamente e proporciona uma condução entusiasmante, especialmente nas saídas. A transmissão CVT pode apresentar algum “deslize” em rotações mais altas, mas no geral a progressão é boa. No dia a dia, o motor opera entre 1.500 e 2.000 rpm, oferecendo uma resposta agradável e um som nítido, especialmente com os vidros abertos. O silvo da turbina também se destaca.
O Basalt possui um modo Sport, que eleva os giros do motor, e um modo Eco para condução mais econômica. Na estrada, o consumo de gasolina chegou a 18,3 km/l a 80 km/h, 16,9 km/l a 100 km/h e 16,1 km/l a 120 km/h. A direção elétrica é leve, os freios são eficientes e a suspensão, com altura livre do solo de 180 mm, se comporta bem tanto no asfalto quanto em ruas irregulares.
Apesar de não ser o carro mais sólido e neutro, o Basalt agrada. A ausência de ruídos nos bancos dianteiros, como no C3 Aircross, é um ponto positivo. O comportamento dinâmico do SUV é bom, mas peca em conteúdo. Comandos fixados no painel comprometem um pouco a ergonomia. Com 4,34 metros de comprimento e 2,64 metros de entre-eixos, o veículo segue o projeto de baixo custo C-Cubed.
Equipamentos e Preço
O Basalt oferece o básico: piloto automático, airbags duplos e controles de tração e estabilidade, com ausência de assistências mais avançadas ao condutor. A Stellantis optou por um pacote mais simples para manter o preço atraente. O carro compensa no desempenho, espaço interno e porta-malas. Com preço de R$ 115.890, podendo chegar a R$ 104.990 em ofertas, o SUV se posiciona como um “Dacia” estiloso.
O Citroën Basalt encontra seu nicho, já que o Fiat Fastback e o Volkswagen Nivus estão em faixas de preço superiores. O modelo se destaca pela proposta de oferecer um estilo diferenciado por um preço competitivo, principalmente na versão topo de linha.