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Candomblecista, atacante da Seleção sofre Intolerância Religiosa

O racismo, a intolerância e o preconceito são aspectos que devem ser combatidos, independente do lugar ou contexto nos quais acontecem. Recentemente, os episódios de preconceito racial contra Vinícius Junior movimentaram as redes e mobilizaram boa parte do país. Agora um novo caso de preconceito atinge um outro jogador da Seleção Brasileira. Após a derrota sofrida diante da Colômbia, o atacante Paulinho do Atlético-MG, foi vítima de intolerância religiosa em suas redes sociais.

Contra a Seleção Colombiana, na última quinta-feira (16), Paulinho, jovem atacante do Atlético-MG e atual artilheiro do Brasileirão 2023, fez a sua estreia com a Amarelinha. Vivendo umas das melhores fases da sua carreira, o atacante atuou por 21’ minutos, entrando no lugar de Rodrygo e teve poucas oportunidades.

Apesar da realização pessoal por ter estreado com a Amarelinha, o Brasil não conseguiu manter a vitória e saiu derrotado por 2×1 de virada. Em campo, a entrada de Paulinho, por escolha de Fernando Diniz, não influenciou positivamente ou negativamente no resultado do jogo, já que o atacante pouco teve oportunidades com a bola.

Fora de campo, no entanto, Paulinho precisou lidar com um outro adversário que tem perseguido o jogador, a intolerância religiosa. Adepto ao Candomblé, o atacante do Brasil foi vítima de ofensas em suas redes sociais. Os comentários discriminatórios ligavam o resultado ruim a presença do jogador na equipe única e exclusivamente por seu credo.

Paulinho já tinha sido vítima anteriormente

Após ser convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Fernando Diniz, Paulinho já tinha sido vítima de Intolerância quando publicou um post em suas redes sociais agradecendo a oportunidade de presentar o Brasil. No post o atacante agradece ao Atlético-MG, a sua família e também faz alusão a Exú, entidade do Candomblé.

Intolerância Religiosa

O Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/1940), em seu artigo 208, trata sobre o tema da Intolerância Religiosa. De acordo com o destacado no artigo:

Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.”

Com pena de um a três anos de reclusão e mais multa, o crime de Intolerância Religiosa pode e deve ser coibido pelas autoridades policiais. Contudo, isso aparentemente não foi o bastante para evitar que mesmo Paulinho, um jogador de Seleção Brasileira fosse vítima nesta ocasião.

Em solidariedade, outros clubes, incluindo o Atlético-MG se manifestaram em defesa ao jogador. Confira abaixo alguns publicações em solidariedade a Paulinho.

Hiago Luis

Editor-chefe e jornalista esportivo no Portal N10, formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2016). Experiências no jornalismo impresso, rádio, TV e assessoria de comunicação, entre outros. Dicas e sugestões de pauta, enviar para: [email protected]

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