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Nosferatu: Remake de Robert Eggers traz terror visceral e visualmente perturbador

O remake de Nosferatu, clássico do terror expressionista de 1922, dirigido por Robert Eggers, revisita a história do vampiro ancestral com uma abordagem visceral e gráfica. Classificado como inadequado para menores de 18 anos por conter conteúdo violento, nudez gráfica e cenas de teor sexual, o filme se distancia do entretenimento familiar e se apresenta como uma obra de arte perturbadora.

Nosferatu não é recomendado para crianças. Com foco em uma experiência artística intensa, o filme não economiza em cenas sangrentas e perturbadoras. O vampiro retratado difere das figuras familiares do terror moderno, apresentando-se como algo muito mais perturbador do que os monstros tradicionais ou os vampiros sedutores de séries de TV. A narrativa, contada sob a perspectiva da mulher que o desperta, Ellen (Lily-Rose Depp), adiciona uma reviravolta à história clássica, elevando a intensidade e o extremismo a novos patamares.

O filme explora o impacto do vampiro sobre Ellen em cenas perturbadoras, sombrias e com nuances sexuais. O Conde Orlok, interpretado por Bill Skarsgard, distancia-se dos vampiros cavalheiros de Entrevista com o Vampiro. A versão de Skarsgard se aproxima da figura monstruosa, embora "monstro" não seja a palavra ideal para descrevê-lo. Skarsgard está irreconhecível, passando por uma transformação semelhante à de It: A Coisa. No entanto, enquanto Pennywise é uma entidade abstrata e ficcional, o Conde Orlok se apresenta com uma concretude perturbadora.

Eggers busca retratar os vampiros de Nosferatu como seres específicos, quase reais, alimentando o medo genuíno dos moradores. O diretor compartilhou em entrevista à Screen Rant que Skarsgard estava disposto a "mergulhar na escuridão" com Nosferatu, buscando evocar uma época em que as pessoas realmente acreditavam em vampiros. No folclore antigo, os vampiros eram descritos como "cadáveres ambulantes e pútridos", o que define a essência do Nosferatu de Skarsgard. Ele não é um monstro no sentido tradicional, mas um cadáver ambulante, emanando a morte.

Nosferatu explora a ideia do vampiro como um "nobre transilvano morto", sem romantizar a feiura e a podridão da morte. O filme apresenta cenas visualmente perturbadoras, mais próximas de Terrifier 3 do que de O Exorcista. O terror é retratado pela perspectiva de Ellen e dos moradores, mas Eggers não se concentra em sustos repentinos como em filmes de terror convencionais. A narrativa foca em narrar os medos ancestrais associados aos vampiros, como ratos, peste e possessão demoníaca.

Eggers confirmou o uso de cerca de 5.000 ratos reais no filme. Os ratos são elementos centrais na trama, representando uma extensão do poder e da existência de Nosferatu. As cenas mais perturbadoras geralmente envolvem ratos de alguma forma. Eggers explicou à Variety que os ratos em primeiro plano são reais, enquanto os do fundo são gerados por computador. Em entrevista à Screen Rant, Emma Corrin, que interpreta Anna Harding, relatou sua experiência "incrivelmente desagradável" com os ratos durante as filmagens.

Em artigo para o The Guardian, Eggers admitiu que sentiu "a responsabilidade de tornar o vampiro o mais assustador possível". Inspirando-se no folclore antigo, ele buscou retratar o terror genuíno que os vampiros evocavam. Longe da figura sedutora da cultura pop, os vampiros eram descritos como seres "inchados de sangue", com "rostos cobertos de sangue sob a pele em decomposição", "infestados de larvas" e em "estado de putrefação e decadência terríveis".

Apesar do horror visceral, Nosferatu encontra uma maneira de tornar o cadáver em putrefação estranhamente atraente através dos olhos de Ellen. Eggers descreve a dualidade do vampiro: "Para mim, o vampiro deve existir na sombra para ter poder, mas é a capacidade dos vampiros de transcender a morte que os manterá para sempre em nossa imaginação". O Nosferatu de Skarsgard vive nas sombras, enquanto Ellen respira ao sol. Ele representa a morte, ela a vida. O contraste entre a aparência de boneca de Ellen e o esqueleto putrefato de Nosferatu é extremo, mas há uma atração fatal mútua.

Ellen invoca Nosferatu, e ele a atende, trazendo consigo o terror. Diferentemente de vampiros de Crepúsculo e Diários de um Vampiro, o Nosferatu de Eggers não é afetado pela luz solar. O diretor explica: "É a pureza da aurora que eles simplesmente não conseguem suportar". Apesar do medo ser central no filme, há uma estética apurada. O medo em Nosferatu coexiste com o desejo e a atração intensa. O vampiro é visualmente horripilante, trazendo doenças, ratos, pesadelos e morte, mas, através dos olhos de Ellen, ele é muito mais do que um cadáver.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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