One Piece manterá erro histórico com Usopp mesmo após grandes mudanças em 2026

Segundo Eiichiro Oda, em declarações publicadas no Volume 56 de One Piece, Usopp teria origem africana se vivesse no mundo real. Essa informação sempre foi vista pelos fãs como uma forma de reafirmar a diversidade dentro da tripulação do futuro Rei dos Piratas.
One Piece manterá erro histórico com Usopp mesmo após grandes mudanças em 2026
Fãs criticam Toei Animation por ignorar representação original de Usopp em One Piece

Resumo da Notícia

A Toei Animation anunciou mudanças significativas para o anime One Piece, mas um antigo erro de representação envolvendo um dos membros dos Chapéus de Palha continuará sem correção. Em uma transmissão ao vivo realizada em 28 de outubro, o estúdio confirmou que a produção passará a adotar um formato sazonal a partir de 2026. Mesmo com a reformulação, a polêmica sobre o design de Usopp, frequentemente criticado por distorcer o conceito original criado por Eiichiro Oda, permanece sem solução.

Durante o evento, a Toei Animation detalhou que One Piece continuará exibindo episódios semanais até o fim deste ano, encerrando o arco Egghead. A partir de abril de 2026, o anime entrará oficialmente no novo formato, com o início do aguardado arco Elbaf. A principal alteração é que a série deixará de ser exibida continuamente, passando a ter apenas 26 episódios por ano, divididos em duas temporadas (cours). O primeiro bloco irá ao ar entre abril e junho, e o segundo no outono, mantendo um intervalo de três meses entre eles.

O objetivo é melhorar o ritmo de produção e elevar a qualidade técnica da animação, algo que há muito tempo é solicitado pelos fãs. A Toei também aproveitou para apresentar os novos visuais dos Chapéus de Palha, que acompanham o avanço da história. Contudo, entre as novidades mais comentadas, um detalhe voltou a incomodar o público: a tonalidade de pele de Usopp continua sendo retratada de forma mais clara do que no conceito original do autor.

Usopp e a distorção de sua representação cultural

Segundo Eiichiro Oda, em declarações publicadas no Volume 56 de One Piece, Usopp teria origem africana se vivesse no mundo real. Essa informação sempre foi vista pelos fãs como uma forma de reafirmar a diversidade dentro da tripulação do futuro Rei dos Piratas. No entanto, o anime não tem conseguido manter essa característica de forma consistente.

Nas primeiras fases da série, Usopp apresentava uma tonalidade de pele mais escura em relação aos demais personagens, refletindo com fidelidade a visão de Oda. Após o salto temporal — conhecido como time skip —, a Toei Animation passou a clarear gradualmente o tom de pele do personagem. Essa mudança gerou críticas sobre o apagamento de traços culturais e identitários, especialmente em um universo tão simbólico quanto o de One Piece.

A controvérsia se intensificou nos últimos anos, com comparações entre o anime e o live-action produzido pela Netflix, que respeitou a concepção original do autor. O ator que interpreta Usopp na adaptação, Jacob Romero Gibson, é negro e foi amplamente elogiado por representar com autenticidade o espírito do personagem. O contraste entre as duas versões acentuou o debate sobre a falta de coerência no tratamento visual da Toei.

Fãs cobram coerência visual e respeito à diversidade

Apesar de as novas artes divulgadas para o arco Elbaf apresentarem detalhes refinados nas roupas e expressões dos personagens, Usopp voltou a surgir com um tom de pele ainda mais claro. Internautas compararam imagens recentes do personagem com versões anteriores e apontaram que ele agora parece até mais claro do que Zoro — o que gerou grande insatisfação nas redes sociais.

A recorrência dessa questão mostra que o estúdio parece ignorar uma parcela importante do público que valoriza a representatividade. Muitos fãs acreditam que, mesmo com as mudanças técnicas e estruturais previstas para 2026, a Toei Animation continuará repetindo o mesmo erro histórico, priorizando ajustes visuais genéricos em vez de preservar a diversidade cultural presente na obra de Eiichiro Oda.

Outros personagens, como Nico Robin, também enfrentaram alterações polêmicas ao longo dos anos. No entanto, seu redesign recente foi visto como um retorno à essência proposta por Oda — o que contrasta ainda mais com a forma como Usopp vem sendo tratado. Para parte dos fãs, a decisão de não corrigir esse aspecto reforça uma falta de sensibilidade da Toei diante da importância simbólica do personagem dentro da história.

Perspectivas para a nova fase de One Piece

Com a adoção do formato sazonal, a expectativa é que o anime consiga equilibrar melhor qualidade e ritmo. A Toei pretende investir mais tempo na pré-produção e nas cenas de ação, permitindo que arcos longos como Elbaf recebam o cuidado visual que merecem. Ainda assim, a promessa de “grandes mudanças” perde força quando uma das questões mais antigas — e mais simbólicas — permanece inalterada.

Enquanto o estúdio tenta modernizar o anime para a próxima década, a inconsistência na representação de Usopp continua como uma ferida aberta. Para muitos fãs, corrigir esse detalhe seria um passo simples, mas significativo, na direção de uma adaptação mais fiel à visão do criador. No entanto, até o momento, não há indícios de que a Toei Animation vá rever sua escolha.

O debate sobre o tom de pele de Usopp segue como um lembrete de que a fidelidade artística e cultural também é parte da qualidade de uma produção. Mesmo com as inovações prometidas para 2026, One Piece pode continuar carregando um erro que, para muitos, compromete um dos elementos mais valiosos da série: sua diversidade.

Encontrou algum erro nessas informações? Escreva para o Portal N10 https://portaln10.com.br/politica-de-verificacao-de-fatos-e-correcoes/.

Deixe um comentário

Seu e‑mail não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.