A expansão do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) com a inclusão da faixa 4, que permite financiamentos de imóveis de até R$ 500 mil para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, promete aquecer o mercado imobiliário do Rio Grande do Norte, especialmente em Natal.
Segundo dados da Caixa Econômica Federal, a nova faixa já gerou 190 mil simulações de financiamentos em seu site, com 984 propostas em andamento. A expectativa é de novos lançamentos imobiliários nos próximos meses, impulsionados pelo estoque de apartamentos já existentes que se enquadram nessa nova faixa de valores.
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Em Natal, áreas como Lagoa Nova, Capim Macio, Ponta Negra, Candelária, Tirol e Petrópolis devem ser beneficiadas, com apartamentos com metragens entre 50 e 100 m², dependendo da localização.
Para Gabriel Wanderley, conselheiro fiscal do Sinduscon-RN, a faixa 4 torna o programa atrativo para a classe média, gerando demanda reprimida até então: “Natal está aquecido com muitos lançamentos de alto padrão, mas a classe média não tinha lançamentos, porque essa classe estava oprimida de acesso a financiamentos imobiliários. O construtor, o incorporador, antes de lançar vê a demanda, que era baixa devido ao acesso. Com essa faixa 4, cria-se novamente, pelo menos parcialmente, uma demanda”.
Ele complementa que o estoque de imóveis prontos ou em fase final de construção em Natal deve diminuir com as vendas, estimulando novos empreendimentos.
Renata Melo, gestora comercial da MRV no RN, compartilha dessa visão otimista. Ela afirma que o Beach Plaza, em Ponta Negra (com previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2027), se enquadra na nova faixa. A MRV, com terrenos disponíveis em Natal, planeja antecipar lançamentos para o final de 2025, aproveitando a demanda gerada pela faixa 4.
“Vemos isso com bons olhos em virtude de que temos uma renda per capita alta em Natal, um público aderente com esse novo programa de rendas de R$ 8 até 12 mil. Temos produtos atualmente, como o Beach Plaza, que entram nessa faixa de R$ 350 mil a R$ 500 mil, então o mercado volta a se aquecer com essas faixas de renda e imóveis e abre mais uma faixa de clientes que podem aderir ao programa, diminuindo, assim, o déficit habitacional”, explica Renata.
Opiniões divergentes no setor
Apesar do otimismo, há divergências. Moisés Marinho, diretor secretário do Creci-RN, destaca os benefícios para compradores interessados em imóveis próximos à capital, com valores em torno de R$ 500 mil.
Já Renato Gomes Netto, presidente do Secovi-RN, pondera que a falta de empreendimentos na faixa de R$ 350 mil a R$ 500 mil em Natal ainda representa um desafio: “Estamos passando, ainda, por um momento de readequação do mercado imobiliário de Natal. O grande problema da faixa 4 do MCMV para Natal é ainda a falta de imóveis que sejam atingidos por esse padrão. Praticamente não temos quase nenhum empreendimento nessa faixa”.
