As taxas de juros do cartão de crédito rotativo atingiram 450,5% ao ano em dezembro de 2024, um aumento em relação aos 445,9% registrados em novembro, de acordo com um levantamento recente. O rotativo, linha de crédito pré-aprovada que inclui também saques na função crédito, apresenta um dos maiores encargos financeiros para o consumidor.
Em caso de inadimplência, as instituições financeiras são obrigadas a oferecer o parcelamento do saldo devedor ou outras opções de quitação mais acessíveis em um prazo de 30 dias.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu um limite para os juros de novas operações de crédito rotativo e parcelado, que não podem ultrapassar 100% do valor original da dívida, regra que entrou em vigor em 3 de janeiro deste ano. Essa medida busca controlar o endividamento e proteger os consumidores de encargos excessivos.
Em contrapartida, a taxa de juros do parcelado do cartão apresentou uma redução, passando de 183,2% para 171,2%. A taxa de juros total do cartão de crédito também apresentou leve queda, de 82,1% para 76,9% no mesmo período.
Quanto ao cheque especial, houve uma pequena diminuição na taxa de juros cobrada, que passou de 138,2% em novembro para 136% em dezembro.
Crescimento do crédito e concessões
O estoque de operações de crédito no sistema financeiro brasileiro registrou um aumento de 1,4% em dezembro, alcançando R$ 6,427 trilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC). O crescimento total em 2024 foi de 10,9%. O crédito livre, por sua vez, subiu 1,7% em dezembro, totalizando R$ 3,746 trilhões, com um crescimento anual de 10,6%. O crédito direcionado também apresentou alta, de 0,9% no mês e 11,4% no ano, atingindo R$ 2,682 trilhões.
O crédito para as famílias aumentou 0,8% no mês, chegando a R$ 3,948 trilhões, e 12,1% no ano. Para as empresas, o crescimento foi de 2,3% no mês e 9,1% no ano, totalizando R$ 2,479 trilhões. As projeções do BC para o crescimento nominal do estoque de crédito em 2024 foram de 10,6% para o total, 10,4% para o livre, 10,8% para o direcionado, 11,7% para pessoas físicas e 8,8% para pessoas jurídicas.
As concessões de novos empréstimos e financiamentos cresceram 1,8% em dezembro (com ajuste sazonal) e 13,7% no ano. Para pessoas físicas, houve alta de 2,7% no mês e 12,1% no ano, enquanto para pessoas jurídicas as elevações foram de 1,2% e 16,1%, respectivamente. O crédito livre cresceu 2,5% no mês e 14,3% no ano, e o direcionado, 6,7% e 9,7%, respectivamente.
Taxa média de juros e Spread Bancário
A taxa média de juros anual nas operações de crédito subiu 0,2 ponto percentual, chegando a 28,7% em dezembro, com um aumento de 0,5 ponto no ano. Para as pessoas jurídicas, a taxa avançou para 19,6%, enquanto para as pessoas físicas permaneceu em 33%. A taxa média dos recursos livres caiu para 40,8%, enquanto a dos recursos direcionados subiu para 10,9%. O spread bancário, que mede a diferença entre as taxas cobradas e o custo de captação, diminuiu 0,7 ponto percentual em dezembro, e 1,7 ponto no ano.
BNDES, Crédito Imobiliário e Veículos
A carteira de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas encerrou dezembro com um crescimento de 1,1% no mês e 7,8% no ano, totalizando R$ 434,680 bilhões. As concessões do BNDES tiveram alta de 31,7% no mês e 20,9% no ano.
No crédito imobiliário, o estoque para pessoas físicas com recursos direcionados cresceu 0,8% em dezembro e 12,4% no ano, totalizando R$ 1,167 trilhão. As concessões subiram 2,4% no mês e 23,6% no ano, e a taxa de juros anual atingiu 9,8%. O crédito para veículos, por outro lado, teve queda de 0,8% no saldo em dezembro, com crescimento de 18,4% no ano. As concessões subiram 2,5% no mês, e a taxa de juros média subiu para 27,5% ao ano.
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