Congresso Nacional ratificará acordo Mercosul-União Europeia em 2025, impulsionando exportações

Congresso Nacional ratificará acordo Mercosul-União Europeia em 2025, impulsionando exportações
Billy Boss /Câmara dos Deputados

O ano de 2025 será decisivo para o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, com os respectivos legislativos de cada bloco devendo ratificar o pacto. No âmbito europeu, o acordo passará pelo crivo do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. No Mercosul, a aprovação dependerá da confirmação de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Bolívia, por ora, não participa desta fase do acordo.

Este acordo tem o potencial de catalisar a exportação de produtos agropecuários brasileiros, ao mesmo tempo em que abre portas para a importação de bens que podem fortalecer o parque industrial nacional. Segundo o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), a medida promoverá um aumento significativo nas exportações dos países do bloco. A expectativa é que o pacto fomente o comércio e traga novas oportunidades para ambos os blocos, impactando inclusive setores como o agrícola, como detalhado em nosso artigo sobre os impactos nas exportações agrícolas brasileiras.

“Uma série de produtos vão ser exportados e nós, como o Mercosul, como todos os países do Mercosul, têm um preço bom, vamos aumentar as exportações brasileiras, as exportações dos países do Mercosul, e nós vamos ganhar muito com isso”, afirmou Russomanno.

Para equilibrar a balança comercial e proteger os produtores locais, o acordo estabelece cotas de exportação com redução tarifária. Essas cotas representam 9% dos bens importados pelo Mercosul da União Europeia e 3% no sentido inverso. As negociações se estenderam por 25 anos, em parte devido à resistência de agricultores europeus, especialmente franceses e alemães. O acordo, negociado durante 25 anos, representa um marco para o livre comércio entre os blocos, conforme detalhado em nossa matéria sobre o Acordo Mercosul-UE: Livre comércio após 25 anos de negociações.

De acordo com Russomanno, esses sindicatos temiam a competição com produtos mais baratos do Mercosul: “Sim, a trava sempre foram os sindicatos, principalmente os sindicatos franceses, um pouco da Alemanha, por conta da produção que eles têm lá. O medo de que a gente comece a produzir e vender mais barato e eles, com todo o subsídio que eles têm na agricultura, eles não consigam competir com a gente”, explicou.

Cotas e Setores Impactados

Entre as cotas estabelecidas para o Mercosul, destacam-se:

  • 99 mil toneladas de carne bovina.
  • 450 mil toneladas de etanol.

Em contrapartida, para facilitar a entrada de produtos europeus, o Mercosul negociou condições especiais para a retirada da tributação no setor automotivo. Russomanno acredita que a decisão da União Europeia também foi influenciada pelo avanço da China em diversos mercados globais.

O acordo envolve um mercado de 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto de aproximadamente US$ 22 trilhões de dólares. A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, logo após a China. A expectativa é que o pacto fomente o comércio e traga novas oportunidades para ambos os blocos.

Deixe um comentário

Seu e‑mail não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.