Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) iniciaram uma paralisação de 48 horas nesta quinta-feira (22).
A decisão, respaldada em assembleias realizadas ao longo da semana, atende a uma orientação nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), com foco em pressionar o governo federal a cumprir o acordo firmado durante a última greve da categoria.
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A mobilização prevê atos públicos nas duas principais cidades onde estão localizadas as universidades. Em Natal, a agenda começou com uma concentração em frente à Reitoria da UFRN, às 9h, seguida de uma caminhada pelo Campus Universitário. Para a sexta-feira (23), está programado um novo protesto com ponto de encontro no Departamento de Odontologia da UFRN, às 9h. Os manifestantes seguirão até a sede da Superintendência Regional de Administração do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), localizada na Avenida Salgado Filho, importante via da capital potiguar.
Já em Mossoró, a adesão dos servidores da UFERSA à paralisação está acompanhada de uma ação solidária. Durante os dois dias de paralisação, os trabalhadores realizarão uma campanha de doação de sangue no Hemocentro de Mossoró. A atividade foi aprovada em assembleia realizada na terça-feira (20) e visa unir mobilização por direitos com apoio à saúde pública.
A coordenadora geral do SINTEST/UFERSA, Kaliane Morais, reforçou a importância da participação:
“É de suma importância que o servidor compareça ao Hemocentro para fazer essa doação. Além de pressionar o governo, a paralisação também vai servir pra gente ajudar ao próximo, uma vez que os estoques estão quase zerados”, destacou.
Além dos protestos locais, a categoria reiterou, durante as assembleias, que permanece em estado de greve nacional. A posição foi reforçada após reunião da FASUBRA com o Ministério da Educação, diante da ausência de prazos definidos para cumprimento total do acordo de greve anterior. A federação sinaliza que, caso não haja avanços, uma nova greve pode ser deflagrada.
O coordenador de Educação e Formação Sindical do SINTEST/RN, Tiago Chacon, apontou que o governo ainda não avançou em pontos considerados cruciais pela categoria:
“Nós temos diversos pontos que ainda permanecem num limbo de indefinições como, por exemplo, a questão da jornada das 30h, reposicionamento dos aposentados e outros itens que estão sem data concreta para implementação”, afirmou.
Apesar das pendências, Chacon ainda vê espaço para solução:
“Com essa paralisação e o estado de greve, nós esperamos de fato que tenhamos prazos palpáveis e medidas cabíveis para que o acordo de greve seja cumprido na sua integralidade”.
A mobilização acontece em um contexto de preocupações crescentes nas universidades federais com o cenário orçamentário para 2025, conforme alerta da própria UFRN. A instituição divulgou que o novo bloqueio orçamentário imposto por decreto presidencial pode comprometer gravemente o funcionamento de atividades essenciais.
A expectativa, segundo os representantes sindicais, é que o governo federal se manifeste com medidas concretas e respeite os termos previamente firmados com a categoria.
