O secretário municipal de Planejamento de Natal, Vagner Araújo, encontra-se em Israel no momento em que o país realiza uma ofensiva militar contra alvos estratégicos do programa nuclear iraniano. Ao lado de gestores públicos de outras capitais brasileiras e latino-americanas, Vagner cumpre agenda oficial em Tel Aviv, mas a intensificação do conflito levou a comitiva a acionar o governo brasileiro para viabilizar o retorno antecipado ao Brasil.
Segundo relato do próprio secretário, a delegação participa de uma missão voltada à inovação urbana, segurança cidadã e cidades inteligentes, a convite formal do governo israelense, com programação entre os dias 10 e 20 de junho. A carta-convite, assinada pelo embaixador Daniel Zonshine, garante o custeio das passagens internacionais e traslados internos. O secretário foi designado pelo prefeito Paulinho Freire como representante oficial de Natal.
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Durante a madrugada desta sexta-feira (13), Israel lançou ataques aéreos contra instalações nucleares no Irã, em resposta a recentes movimentações do regime iraniano. A ofensiva teve como alvos bases estratégicas em cidades como Natanz, confirmada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O órgão internacional assegurou que os níveis de radiação permanecem normais, apesar da destruição na estrutura. O Irã, por sua vez, informou que a Central de Bushehr, no sul do país, não foi atingida.
De acordo com o Exército de Israel, dezenas de aviões foram mobilizados na operação. Em retaliação, o Irã teria lançado mais de 100 drones, segundo o porta-voz israelense. O secretário de Natal relatou que o sistema antimíssil conhecido como “Domo de Ferro” foi ativado e interceptou cerca de 90% dos artefatos. “Ouvimos barulho como se fossem explosivos, mas com um som distante. Nada aqui perto”, relatou.
Desde o início da missão, a delegação recebeu instruções de segurança sobre os abrigos subterrâneos presentes nos locais da programação. Vagner explicou que, às 3h da madrugada, as sirenes foram acionadas e os participantes foram obrigados a se abrigar por cerca de 40 minutos. “Estamos hospedados em um campus universitário, e aqui tem um abrigo no subsolo. Toda vez que toca a sirene ou recebemos mensagem de alerta no celular, devemos ir imediatamente para o abrigo”, afirmou.
O agravamento da situação levou o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que também integra a missão, a entrar em contato com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos). A solicitação inclui apoio para o retorno imediato dos brasileiros, já que o espaço aéreo de Israel deve permanecer fechado por pelo menos 48 horas, com possibilidade de prorrogação.
Mesmo com eventual reabertura, há receio de que as companhias aéreas internacionais demorem a retomar as operações no país. Por isso, segundo Vagner, foi solicitado ao Itamaraty a análise da viabilidade de envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para retirada emergencial da comitiva.
Apesar da tensão, o secretário relatou que o grupo se encontra em área mais afastada de Tel Aviv, fora do epicentro dos ataques, o que reduz a exposição a riscos diretos. Ao todo, além de autoridades brasileiras, participam da missão gestores de países como Colômbia, Uruguai, Panamá e Guatemala.
A delegação de Natal permanece em alerta, acompanhando o cenário e aguardando definição sobre a logística de retorno ao Brasil. Veja vídeo:
