Médicos pediatras do Hospital Municipal de Natal denunciaram ao Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) as condições de atendimento às crianças que procuram a unidade de saúde e o desmonte da rede de atendimento no município.
De acordo com os profissionais, não está definido um parâmetro de atendimento no Hospital e o acolhimento aos pacientes referenciados verde ou azul (casos menos graves) superlotam a unidade, que possui apenas nove leitos. Com isto, os pacientes graves acabam tendo demora no acompanhamento dos casos.
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Estes nove leitos são para atender todos os casos. Crianças com coqueluche, tuberculose, escabiose e tantas outras doenças ficam juntas em uma mesma sala, em um corredor onde também circulam pacientes adultos e, inclusive, psiquiátricos.
Para Nivaldo Júnior, plantonista do hospital, a situação só piora a cada dia. O fechamento do Hospital Sandra Celeste agravou o quadro já caótico da pediatria no Estado. “Foram fechados também 15 leitos do Hospital Varela Santiago, que dava cobertura ao Hospital Municipal”, afirma.
Os médicos chegam a fazer 200 atendimento por plantão, sem a cobertura de ultrassonografia no hospital, espera de mais de 04 horas para resultado de exames e sem ambulância para transferência de paciente após às 19h. “Não tem motorista a noite no hospital. Já aconteceu de conseguir vaga em UTI para a criança, mas não ter como fazer o transporte e o pai é quem teve que arcar com o custo do táxi. Tem mãe que fica o dia inteiro no hospital esperando resultado de um hemograma. É apenas um laboratório para tudo”, denuncia uma médica residente.
Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, afirma que um conjunto de medidas será tomado para que as crianças passem a ter a assistência digna e os médicos melhores condições de trabalho. As entidades médicas, Promotoria de Saúde e a comissão de saúde da Câmara dos Vereadores de Natal serão acionadas para discutir o problema e o Sinmed RN irá realizar visita ao Hospital Municipal de Natal ainda na próxima semana.