O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receberá nesta quinta-feira (12) o título de cidadão natalense, em sessão solene marcada para as 14h no plenário da Câmara Municipal de Natal. A homenagem foi proposta pelo vereador Subtenente Eliabe (PL) e aprovada pelos parlamentares da Casa Legislativa.
Além disso, Bolsonaro também será agraciado com o título de cidadão norte-rio-grandense, concedido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), por iniciativa do deputado estadual Coronel Azevedo (PL).
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A entrega das honrarias ocorre num momento em que o ex-presidente volta ao centro do noticiário nacional, após prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
De acordo com Subtenente Eliabe, a concessão do título municipal se justifica pelo volume de recursos federais destinados a Natal durante o governo Bolsonaro, com destaque para obras como a requalificação da Avenida Felizardo Moura, o mercado público da Redinha, a engorda da praia de Ponta Negra e a instalação do Hospital de Campanha no auge da pandemia da Covid-19.
“É uma grande honra entregar esse título ao presidente Jair Bolsonaro. Foi uma iniciativa que apresentei com convicção, por reconhecer o que ele fez por Natal. Nenhum outro presidente destinou tantos recursos à capital como ele”, declarou o vereador.
A solenidade será restrita ao público interno, com acesso limitado a autoridades e imprensa, por conta da capacidade física do plenário. Do lado de fora, será montada uma estrutura com telão na Rua Jundiaí, permitindo que apoiadores acompanhem a cerimônia em tempo real.
Depoimento ao STF
Na última terça-feira (10), Jair Bolsonaro depôs ao STF e negou envolvimento em qualquer plano para subverter o processo democrático. O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação.
Durante o depoimento, Bolsonaro disse que “teve que entubar” a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reconheceu a vitória do adversário e afirmou que não havia clima para um golpe. Relatou ainda que as reuniões mantidas com comandantes das Forças Armadas ao final do seu mandato teriam ocorrido “dentro da Constituição”.
O ex-presidente também pediu desculpas ao ministro Moraes, por declarações feitas durante o governo. Alegou não ter tido a intenção de atribuir condutas ilegais ao magistrado.
Em relação à chamada “minuta do golpe”, Bolsonaro declarou que viu o documento rapidamente em uma televisão durante uma reunião, mas que não participou da redação nem sugeriu mudanças. A versão, no entanto, diverge do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou que Bolsonaro interferiu diretamente no conteúdo do texto.
Ainda no depoimento, o ex-presidente classificou como “malucos” os manifestantes que pediam AI-5 e intervenção militar após as eleições, e disse ter gravado uma live pedindo paz antes de viajar aos Estados Unidos. Ele negou qualquer relação com os atos golpistas de 8 de janeiro, que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
