Após sobreviver a 23 cirurgias, potiguar de 16 anos corre contra o tempo para continuar vivendo

Thalyta nasceu pesando menos que uma garrafa de água. Hoje, batalha por um rim e por esperança.
Após sobreviver a 23 cirurgias, potiguar de 16 anos corre contra o tempo para continuar vivendo
Thalyta Vitória Silva de Santana

Conhecida por ter desafiado todas as probabilidades ao nascer com apenas 400 gramas, a potiguar Thalyta Vitória Silva de Santana, hoje com 16 anos, enfrenta um novo e delicado capítulo em sua história de resistência.

Após sobreviver à prematuridade extrema e passar por 23 cirurgias ao longo da vida, ela agora precisa de uma cirurgia de vesicostomia, que é essencial para que possa realizar o transplante de rim recomendado por sua equipe médica. Sem o procedimento, Thalyta corre risco de vida.

Diagnosticada com doença renal crônica em estágio terminal, Thalyta está em tratamento regular com hemodiálise três vezes por semana, o que debilita severamente sua saúde. No dia 3 de junho, ela viajou com a mãe até Porto Alegre (RS), onde foi avaliada pela equipe da Santa Casa da capital gaúcha. A nefropediatra Dra. Clotilde Druck Garcia, que acompanhou a consulta, indicou a urgência da cirurgia como condição indispensável para o futuro transplante.

A jovem retorna ao hospital no dia 22 de julho, quando passará por uma bateria de exames: uretrocistografia, ecografia abdominal, ecodoppler do trato urinário e raio-X de tórax. O preparo da bexiga — hoje comprometida por uma condição chamada bexiga neurogênica crônica — é necessário antes que qualquer transplante seja autorizado pelo SUS.

Tratamento ameaçado pela falta de recursos

Apesar da força de vontade e da evolução clínica, a permanência de Thalyta no tratamento está em risco. A campanha de arrecadação organizada pela plataforma Voaa Vaquinha, que tinha meta de R$ 70 mil, arrecadou apenas 27% do valor necessário e foi encerrada no dia 1º de junho com R$ 18.697,30.

Sem recursos próprios, a família depende exclusivamente da solidariedade para cobrir medicamentos, passagens, hospedagem, alimentação, fraldas e itens de uso básico, tanto para Thalyta quanto para seus irmãos. A jovem também perdeu o acesso a medicamentos essenciais anteriormente fornecidos pela UNICAT, como o calcitrol, utilizado para o controle das dores ósseas. O remédio está em falta há mais de três meses.

É o comprimido dos ossos, que manda cálcio para os ossos, que hoje os rins não liberam mais. Então, é muita dor. É dores todos os dias. Não tem remédio que passe essas dores“, explicou Rayane Cristina, mãe da jovem.

Além disso, Thalyta é cadeirante, mas utiliza uma cadeira de rodas quebrada e inadequada, o que agrava ainda mais sua mobilidade e a expõe a riscos. A família também não conta com o apoio do programa de transporte acessível Porta a Porta (Prae), sendo obrigada a carregar a jovem a pé pelas escadarias e ladeiras do bairro da Ribeira, em Natal, para que ela possa realizar os tratamentos médicos regulares.

Uma história marcada pela superação

Nascida prematura extrema, Thalyta foi considerada um “feto sobrevivente” ao resistir ao parto com menos de meio quilo. Desde então, passou por 20 procedimentos cirúrgicos, incluindo a remoção de mais de 100 pedras da vesícula e o enfrentamento de complicações graves como a perda de 90% da visão do olho direito.

Os órgãos foram se formando tudo mal formado e teve muitas sequelas. Hoje, Thalyta precisa de uma máquina para sobreviver“, contou a mãe.

Ao relatar a rotina da filha, Rayane é direta: “Pra mim, tudo é muito difícil, tudo é muito complicado. Hemodiálise me debilita muito. E é bem complicado no geral, sabe? Eu só peço muita força a Deus.”

A trajetória de Thalyta não se resume à dor. Ela também alimenta sonhos e esperanças, entre eles, o desejo de se tornar influenciadora digital para inspirar outras pessoas com sua história. “Esse transplante, junto com a cirurgia de bexiga, é uma nova vida. Uma nova Thalyta. De poder ficar em pé, de ter uma qualidade de vida boa e de realizar mais sonhos e mais projetos“, disse.

Doações podem ajudar a manter a luta viva

Diante do cenário de emergência, a família reforça o apelo à solidariedade. Qualquer valor pode fazer diferença na jornada de Thalyta até o transplante.

📌 Para doar via Pix:

  • Chave Pix: 8499610-4887
  • Nome do recebedor: Thalyta Vitória Silva de Santana
  • Instagram para contato e atualizações: @thalyta_vitoria.ofc

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