MPF notifica prefeitura de Baía Formosa para proibir tráfego de veículos em praias

MPF notifica prefeitura de Baía Formosa para proibir tráfego de veículos em praias
Foto de SHOTPRIME STUDIO via Adobe Stock

O Ministério Público Federal (MPF) notificou a Prefeitura de Baía Formosa, no litoral do Rio Grande do Norte, exigindo medidas urgentes para impedir a circulação de veículos automotores na faixa de areia das praias do município. A prefeitura tem um prazo de 48 horas para bloquear todos os acessos à beira-mar e implementar uma fiscalização móvel eficaz.

A notificação foi motivada por denúncias de tráfego intenso de carros, motos e quadriciclos nas praias, sem qualquer controle pelas autoridades locais. O MPF ressalta os perigos para a segurança dos banhistas e o impacto ambiental negativo, especialmente durante o feriado prolongado da Semana Santa e Tiradentes, quando se espera um aumento no número de visitantes.

Um dos principais problemas ambientais é o esmagamento de ninhos da tartaruga-de-pente, uma espécie ameaçada de extinção que está em período de desova, o qual se estende até junho. Os ovos, depositados sob uma fina camada de areia, são extremamente vulneráveis ao tráfego de veículos. 

Em comunicado oficial, o MPF enfatizou: “É de conhecimento incontroverso que o tráfego de veículos nas praias impacta em demasia o processo reprodutivo dessas espécies da fauna que, frise-se, são extremamente raras e estão ameaçadas de extinção”.

Além dos danos à biodiversidade, a presença de veículos nas praias representa um risco direto à integridade física dos frequentadores, principalmente crianças, idosos e trabalhadores que permanecem nas áreas de orla durante todo o dia.

O MPF aponta que a prática viola o Código de Trânsito Brasileiro. A ação também está em desacordo com a Portaria Conjunta do Detran-RN e do Idema-RN, datada de 4 de janeiro de 2022, que proíbe expressamente a circulação de automotores na faixa de areia das praias potiguares.

O órgão ministerial recorda uma ação similar recente contra o município de São Miguel do Gostoso, que foi judicialmente obrigado a implementar medidas de bloqueio e fiscalização nas praias locais. O MPF adverte que, caso a prefeitura de Baía Formosa não cumpra voluntariamente as determinações, poderá levar o caso à Justiça.

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