MP recomenda anulação de contrato milionário da prefeitura de Monte Alegre com cooperativa

MP recomenda anulação de contrato milionário da prefeitura de Monte Alegre com cooperativa
MP recomenda anulação de contrato milionário da prefeitura de Monte Alegre com cooperativa

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) emitiu uma recomendação para que a Prefeitura de Monte Alegre anule, imediatamente, o contrato firmado com a Cooperativa de Trabalho dos Profissionais da Educação do Estado do RN (Coopedu). A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (8) e estabelece um prazo de 10 dias para que a prefeitura adote as medidas indicadas.

A recomendação do MPRN surge após a identificação de diversas irregularidades no processo de contratação da cooperativa. Inicialmente, a Prefeitura de Monte Alegre abriu um pregão eletrônico para a contratação de uma equipe para serviços de apoio à área da Educação.

Os cargos requisitados incluíam: auxiliar de ensino, professor regente de banda, recepcionista, auxiliar administrativo, auxiliar de serviços gerais, porteiro, consultor técnico, assessor técnico e técnico em informática. A Coopedu venceu a licitação com uma proposta superior a R$ 5 milhões.

Entretanto, a investigação do MPRN revelou que a Coopedu é presidida pelo ex-secretário de Educação do município. Essa constatação levanta a suspeita de acesso a informações privilegiadas, uma vez que a cooperativa conquistou a licitação apenas dois meses após a saída do ex-secretário do cargo. O MPRN considera que essa situação pode configurar uma vantagem indevida.

Irregularidades na contratação

A recomendação do MPRN também aponta para a vedação da participação de cooperativas em licitações que envolvam a “prestação de serviço que demande requisitos próprios da relação de emprego, como subordinação (hierarquia) e habitualidade (jornada de trabalho) dos trabalhadores”. Além disso, o órgão ressalta que o Supremo Tribunal Federal (STF) já definiu que a contratação temporária de servidores para o exercício de funções permanentes é inconstitucional, violando a obrigatoriedade de concurso público.

Diante dessas constatações, o MPRN recomendou a anulação imediata do contrato com a Coopedu. O não cumprimento da recomendação poderá ser caracterizado como improbidade administrativa, além de gerar responsabilização por crime funcional da gestão municipal.

A prefeitura de Monte Alegre tem agora 10 dias para anular o contrato, conforme estabelecido pelo MPRN, sob pena de responder judicialmente por não seguir a recomendação do Ministério Público.

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