O deputado estadual Luiz Eduardo (SDD) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (8) para lamentar o que classificou como “duas derrotas que vão mais uma vez atrasar o crescimento do turismo, da cadeia produtiva mais importante desse estado”. A crítica do parlamentar se concentra em dois episódios recentes com impacto direto sobre o setor turístico: a exclusão do RN como sede da Copa do Mundo Feminina e o cancelamento de voos internacionais diretos operados pela companhia aérea Ibéria.
No pronunciamento, Luiz Eduardo destacou que o Rio Grande do Norte deixou de ser contemplado como uma das cidades-sede do torneio internacional, apesar de dispor de infraestrutura compatível com as exigências da FIFA. O parlamentar defendeu que a Arena das Dunas, equipamento esportivo localizado em Natal, é o mais adequado do país para receber esse tipo de evento. “Temos o melhor e maior estádio do Brasil para eventos deste porte”, afirmou.
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Ele ressaltou que a localização do estádio, próxima à rede hoteleira e com acesso facilitado, seria um diferencial estratégico. “A Arena fica próxima dos hotéis, tem uma rede de transporte adequada para os atletas e a maior quantidade de leitos com a melhor rede hoteleira do Nordeste, uma das melhores do Brasil”, argumentou.
Além da perda do evento esportivo, o parlamentar chamou atenção para a decisão da companhia espanhola Ibéria de cancelar dois voos diretos para Natal, optando por redirecioná-los para os estados de Pernambuco e Ceará. Segundo Luiz Eduardo, “esses estados estão atraindo eventos como a Copa do Mundo e voos de companhias da França, Alemanha, Holanda e Portugal, enquanto o Rio Grande do Norte fica mais uma vez em segundo plano”.
A redução da malha aérea internacional impacta diretamente a conectividade do estado com o mercado europeu, um dos principais emissores de turistas para o Nordeste.
Na avaliação do deputado, essas perdas refletem a ausência de articulação política e institucional para defender os interesses turísticos do RN. “Falta articulação e empenho”, disse, ao criticar a ausência de estratégias de captação de voos, eventos e parcerias. Ele pontuou ainda que o turismo tem capacidade de gerar empregos formais e informais, movimentando desde trabalhadores autônomos, ambulantes, guias turísticos, até grandes redes de hotelaria e alimentação.
“É lamentável que o turismo, com seu potencial de gerar emprego e renda, tanto para ambulantes quanto para comércios formais e informais, tenha ficado para trás, em um cenário de abandono da estrutura pública”, reforçou Luiz Eduardo, ao apontar que a cadeia turística do estado sofre com ausência de investimentos estruturantes, baixa promoção institucional e descontinuidade nas ações de captação internacional.
O impacto da perda dos voos diretos vai além do fluxo de turistas: prejudica também o setor de negócios, logística internacional e eventos corporativos, que dependem de conexões aéreas estáveis para operar no estado. A ausência de frequências internacionais compromete a competitividade de Natal e do Rio Grande do Norte diante de destinos vizinhos, como Recife e Fortaleza, que mantêm políticas ativas de incentivo à conectividade aérea.
A crítica ocorre em um momento em que o estado enfrenta fragilidade também em outros setores econômicos. O deputado mencionou ainda a situação do mercado de trabalho potiguar, que “registra o pior saldo de empregos formais desde 2020”, aprofundando os efeitos da estagnação no setor turístico.