Fechamento de agências do Bradesco e Santander preocupa moradores da Grande Natal

O fechamento das agências, segundo o SEEB/RN, aumenta a exclusão bancária e digital de comunidades que já enfrentam dificuldades estruturais no acesso a serviços básicos.
Fechamento de agências do Bradesco e Santander preocupa moradores da Grande Natal
Sindicato denuncia fechamento de agências do Bradesco e Santander no RN e alerta para impactos em aposentados

O Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte (SEEB/RN) denunciou o fechamento de duas agências bancárias no estado, com realização de atos públicos nos municípios atingidos. A agência do Santander em Ceará-Mirim teve as portas fechadas já nesta sexta-feira (13), enquanto o Bradesco encerrará a unidade de São José de Mipibu no dia 21 de junho.

As instituições financeiras não apresentaram justificativas públicas para o fechamento das agências, o que tem causado insegurança entre funcionários e apreensão na população local, sobretudo entre aposentados, pensionistas e trabalhadores rurais, que dependem do atendimento presencial para operações básicas.

Com essa mudança do Bradesco agora, os aposentados e pensionistas vão pra onde? Receber dinheiro aonde? Em Natal, Parnamirim? O que vai ser da gente aqui?”, questiona Maria Carvalho, pensionista de São José de Mipibu, uma das cidades afetadas.

De acordo com o sindicato, além do encerramento das atividades, os bancos já realizaram demissões e colocaram outros trabalhadores em situação de incerteza quanto à permanência no quadro funcional. Os cortes ocorrem num momento em que as instituições continuam apresentando lucros expressivos.

O Bradesco, por exemplo, registrou lucro líquido de R$ 5,864 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma alta de 39% em comparação ao mesmo período de 2024. Já o Santander obteve um lucro de R$ 3,861 bilhões, com crescimento de 27,8% na base anual.

O Santander, assim como o Bradesco, o Itaú e até a própria Caixa Econômica, vem fechando agências, trazendo muitos prejuízos, como transferências involuntárias e demissões. Isso é uma vergonha. Os bancos têm lucrado bilhões às custas de juros altíssimos e da exploração do trabalho. Em vez de fechar, eles deveriam ampliar os pontos de atendimento para melhor atender a população”, declarou Robério Paiva (Berinho), diretor do SEEB/RN.

O sindicato alerta para o impacto social do encolhimento das redes físicas, especialmente em municípios do interior, onde muitos clientes não têm acesso fácil à internet, smartphones ou mobilidade urbana que permita deslocamento a outras cidades. O fechamento das agências, segundo o SEEB/RN, aumenta a exclusão bancária e digital de comunidades que já enfrentam dificuldades estruturais no acesso a serviços básicos.

Além disso, a medida afeta comerciantes locais, que perdem canais diretos de relacionamento com os bancos e enfrentam mais obstáculos para manter transações regulares. A falta de transparência nas decisões e a ausência de diálogo com as comunidades afetadas também foram duramente criticadas pelo sindicato.

Ações de mobilização e denúncia pública

O SEEB/RN informou que continuará acompanhando de perto os desdobramentos da situação, prestando apoio jurídico e institucional aos bancários atingidos pelas demissões e transferências. A entidade também pretende ampliar a mobilização contra o fechamento de agências em cidades potiguares, além de denunciar publicamente o desmonte dos serviços bancários essenciais.

A organização sindical destaca que o fechamento de agências faz parte de uma estratégia nacional de enxugamento das operações físicas, sob justificativa de digitalização, mas que ignora realidades regionais e compromete o atendimento humanizado à população.

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