Banda Camisa de Vênus gera revolta em Currais Novos com ofensas à cidade e à fé cristã

Se há algo a ser aprendido com o fiasco do show da Camisa de Vênus, é que o público não está mais disposto a tolerar tudo em nome do “espírito rock’n’roll”.
Banda Camisa de Vênus gera revolta em Currais Novos com ofensas à cidade e à fé cristã
Camisa de Vênus provoca indignação em Currais Novos com falas ofensivas

O Cactus Moto Fest, tradicional evento de motociclistas realizado em Currais Novos – no interior do Rio Grande do Norte, foi palco de uma das maiores polêmicas já vistas na cidade na noite do último sábado (24). A banda Camisa de Vênus, atração principal da terceira noite do festival, provocou indignação e protestos públicos após uma série de declarações consideradas ofensivas à cidade, à fé cristã e ao público local, feitas pelo vocalista Marcelo Nova durante o show.

O episódio começou quando, diante de uma plateia animada, o vocalista usou o nome do município em tom pejorativo, afirmando: Currais Novos é do outro lado do curral, é um curral só. Em seguida, partiu para declarações que atacaram diretamente a fé cristã e símbolos religiosos, utilizando palavrões e blasfêmias. [Vídeo ao final da matéria]

Entre as frases, destacou-se: “Ô Deus… larga de ser escr@to e coloca logo na carteira” e, em outro momento, chamou Jesus Cristo de “donzela”. Boa parte do público, inicialmente receptivo, reagiu com perplexidade e indignação.

As falas viralizaram rapidamente nas redes sociais e grupos de WhatsApp, causando onda de críticas à banda e pedidos de boicote em diversos perfis locais. A repercussão foi tamanha que levou a Paróquia de Sant’Ana, uma das instituições mais tradicionais do município, a emitir nota pública de repúdio.

No comunicado, a Igreja manifestou “profundo pesar e indignação diante das palavras de desrespeito” e ressaltou que a liberdade de expressão não justifica o ataque à fé, cultura e identidade do povo de Currais Novos.

A organização do evento também se posicionou. O Cactus Moto Clube, responsável pelo festival, lamentou o ocorrido, assumiu responsabilidade pela contratação da banda e reforçou, em nota oficial, o compromisso do evento com o respeito à diversidade cultural e à população local. Nos bastidores do festival, a avaliação foi de que a postura do artista fugiu completamente ao espírito do encontro, que sempre prezou pela convivência pacífica entre visitantes e moradores.

O caso ganhou projeção estadual e nacional, sendo discutido por veículos regionais, portais de notícias e perfis de opinião nas redes. Moradores relataram constrangimento, tristeza e até vergonha diante do tom adotado pela banda em uma noite esperada como celebração da cultura local. Para muitos, o episódio levantou o debate sobre os limites da liberdade de expressão, o respeito à identidade de uma cidade e a responsabilidade dos artistas com o público que os recebe.

Agora, o festival, que segue sendo referência no calendário local, terá de lidar com as consequências do episódio, tanto na escolha das próximas atrações quanto na reconstrução do diálogo com a comunidade.

Opinião

O episódio da Camisa de Vênus é, acima de tudo, um alerta sobre o poder — e o dever — da palavra em espaços públicos. Artistas sempre foram provocadores, mas o palco nunca pode ser espaço para desumanizar ou achincalhar uma cidade, seu povo e sua fé.

A reação de Currais Novos, rápida e unânime, mostra que hospitalidade e respeito não são opcionais. Liberdade artística, sim — mas nunca à custa da dignidade alheia. O palco é lugar de encontro, não de insulto.

Deixe um comentário

Seu e‑mail não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.