Policiais são demitidos por acobertar bingos clandestinos em Fortaleza

Policiais são demitidos por acobertar bingos clandestinos em Fortaleza
1958. American physicist J. Robert OPPENHEIMER.

Dois policiais militares foram exonerados da corporação após serem acusados de envolvimento com a proteção de bingos clandestinos e jogos de azar em Fortaleza. A decisão foi oficializada no Diário Oficial do Estado no dia 3 de setembro de 2024. Os agentes teriam recebido propina para garantir o funcionamento ilegal dessas atividades, resultando em um processo administrativo que culminou na demissão dos servidores.

Os envolvidos, sargento João Bosco da Costa Filho e subtenente Francisco Flávio Cosme Campos, foram investigados pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD) e por uma operação do Ministério Público do Ceará. O caso, que veio à tona com a Operação “Bet” em dezembro de 2020, revelou um esquema de corrupção entre policiais e criminosos ligados a casas de jogos ilegais.

Operação “Bet” e as investigações

A investigação que culminou na demissão dos policiais foi desencadeada pela Operação “Bet”, realizada pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará. A operação, realizada em dezembro de 2020, apurou que os policiais militares envolvidos estavam repassando informações privilegiadas à organização criminosa responsável pelos bingos clandestinos, ajudando-os a evitar operações policiais.

Durante a ação, oito policiais militares foram presos preventivamente e seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Fortaleza e Cariré. A operação foi um desdobramento de uma série de denúncias sobre o envolvimento de agentes da segurança pública com a jogatina ilegal na capital cearense.

Julgamento e punições

O Conselho Especial de Justiça Militar julgou parcialmente procedente a denúncia contra os policiais investigados. Dos oito militares acusados, seis foram condenados e dois foram absolvidos por falta de provas. Os tenentes Wladimir Gomes Bezerra, Abdoral de Sousa Aguiar e Francisco José Barbosa, além do sargento Francisco Flávio Cosme Campos e do cabo Geldson Coelho de Araújo, foram condenados a 2 anos e 8 meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, pela prática do crime de corrupção passiva.

Além disso, o sargento Roberto Paulo da Silva foi condenado pelo crime de organização criminosa, sendo o único a receber essa acusação, já que os demais policiais foram absolvidos dessa prática. O processo evidenciou um esquema de corrupção dentro da Polícia Militar, visando proteger atividades ilegais de bingos e jogos de azar, um problema recorrente em diversas regiões do Brasil.

Absolvição de alguns policiais

Ainda de acordo com a portaria publicada pela Controladoria Geral de Disciplina, outros dois sargentos, que também foram inicialmente investigados, foram absolvidos pela “inexistência de provas”. As investigações continuam sendo um marco no combate à corrupção dentro das forças de segurança pública do Ceará, refletindo o comprometimento das autoridades em coibir práticas ilegais e garantir a transparência nas corporações policiais.

Essa série de condenações demonstra o esforço contínuo das instituições de justiça e controle disciplinar para erradicar a corrupção dentro da Polícia Militar, particularmente em um contexto onde a ligação entre agentes de segurança e atividades ilícitas pode comprometer a ordem pública e a confiança da população.

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