CPF será número oficial de acesso ao SUS

A proposta representa um passo importante no processo de digitalização da saúde pública e integra a agenda de modernização dos dados do SUS.
CPF será número oficial de acesso ao SUS
Foto: Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou que o CPF será adotado como número oficial de identificação dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida, segundo o ministro Alexandre Padilha, deverá começar a ser implementada a partir de um plano que será apresentado em julho de 2025.

A proposta foi divulgada durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11). Na ocasião, Padilha destacou que o objetivo é unificar o acesso ao SUS utilizando o CPF como identificador principal, garantindo mais eficiência na gestão dos dados e no atendimento à população.

Quero aqui firmar um compromisso com toda essa comissão: nós vamos transformar o CPF no número-chave do Sistema Único de Saúde. Isso não é uma coisa que a gente faz da noite para o dia, mas, em julho, vamos apresentar o plano”, declarou o ministro.

A medida não é inédita. Durante sua primeira gestão no Ministério da Saúde, entre 2011 e 2014, Padilha coordenou ações para higienizar o banco de dados do SUS, unificando múltiplos cartões nacionais de saúde sob um mesmo número de CPF. À época, era comum que uma mesma pessoa tivesse cinco ou seis cartões diferentes, com numeração distinta.

A pessoa pode até ter cinco ou seis cartões nacionais do SUS, mas estão vinculados àquele CPF”, explicou Padilha. Segundo ele, o avanço tecnológico e o novo cenário de registro civil tornam agora viável a adoção definitiva da estratégia.

O ministro citou como exemplo a mudança na política de emissão de CPF para recém-nascidos. Até meados da década passada, muitas crianças deixavam as maternidades sem esse registro. A situação começou a mudar com uma decisão do governo Dilma Rousseff, apoiada pelo Ministério da Saúde, que passou a integrar o CPF na emissão da certidão de nascimento.

Minha filha nasceu em 2015 e, na maternidade, ela já tinha CPF”, lembrou Padilha. “Aquilo que era o principal obstáculo para a gente adotar o CPF como número-chave do Sistema Único de Saúde, a gente avançou muito em relação a isso.”

O novo plano, a ser detalhado em julho, buscará consolidar o CPF como identificador único de mais de 200 milhões de brasileiros cadastrados no SUS, permitindo maior integração entre sistemas, controle de duplicidades, rastreabilidade no uso de serviços e redução de fraudes.

Ainda assim, o ministro reconheceu que alguns desafios persistem, especialmente no atendimento a pessoas em situação de rua, indígenas e imigrantes, que muitas vezes não têm documentação formal. Mesmo assim, afirmou que esses grupos representam exceções dentro do universo total de usuários do SUS.

A gente consegue sim montar um plano. Nossa ideia é apresentar isso no mês de julho”, concluiu Padilha.

A proposta representa um passo importante no processo de digitalização da saúde pública e integra a agenda de modernização dos dados do SUS, que também envolve ferramentas como o Conecte SUS, prontuário eletrônico e interoperabilidade entre sistemas municipais, estaduais e federais.

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